O BRICS agora tem 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.
Agência Xinhua - 05/04/2025 18:42:53 | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
A 11ª Reunião Ministerial de Meio Ambiente do BRICS, presidida pelo Brasil, aprovou uma declaração conjunta e um plano de trabalho no Palácio do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores em Brasília, nesta quinta-feira, reafirmando o compromisso dos 11 países-membros com a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.
A declaração destaca a defesa do multilateralismo e o fortalecimento da governança ambiental global antes da COP30, a Conferência do Clima da ONU que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.
Em entrevista coletiva após a reunião, a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou que é uma "obrigação" arrecadar US$ 1,3 trilhão anualmente para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, lembrando que na última cúpula do clima, os países desenvolvidos prometeram apenas US$ 300 bilhões.
"Foi um compromisso assumido na COP, e agora temos a obrigação de tornar viáveis os US$ 1,3 trilhão. Não podemos nos dar ao luxo de não planejar o que é essencial para nossas vidas", enfatizou.
Ela também destacou que os países do BRICS decidiram incluir seus gastos atuais na implementação da transição ecológica, tanto para mitigação quanto para adaptação climática.
"Sabemos que os membros do BRICS estão investindo recursos significativos, e esse registro é fundamental para que os países entendam sua contribuição, sem isentar as nações desenvolvidas de sua responsabilidade de liderar a mobilização de fundos para que as economias em desenvolvimento possam fazer essa transição", observou.
A declaração ministerial também destacou a importância do financiamento climático para cumprir os compromissos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e do Acordo de Paris. Os membros do BRICS expressaram seu apoio à presidência do Brasil na COP30 e enfatizaram a necessidade de cooperação em todos os pilares da UNFCCC, reafirmando suas metas nacionais de mudança climática.
O documento também enfatizou a importância de fortalecer as sinergias entre os acordos ambientais e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo as três Convenções do Rio sobre Mudanças Climáticas, Diversidade Biológica e Combate à Desertificação.
"Reafirmamos nosso compromisso de intensificar ações urgentes contra as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a desertificação, a degradação do solo, a seca e a poluição", afirmou o texto.
Além disso, a declaração lembrou que a erradicação da pobreza é um requisito essencial para o desenvolvimento sustentável e destacou o potencial da bioeconomia para impulsionar um futuro sustentável e um crescimento econômico inclusivo.
O documento estabeleceu consenso em quatro áreas prioritárias propostas pelo Brasil: combate à desertificação e à seca, conservação de ecossistemas, gestão de resíduos e poluição plástica e liderança climática coletiva, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Representantes do BRICS também aprovaram um plano de trabalho que inclui um memorando de entendimento sobre cooperação ambiental (2024-2027), com cerca de 50 ações concretas em áreas como qualidade do ar, educação ambiental, biodiversidade, gestão de resíduos, recursos hídricos e ação climática.
Com a expansão no ano passado, o BRICS agora tem 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.
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