No evento, titular da pasta da Saúde lembrou do início da campanha nacional contra a gripe e informou que a meta é imunizar mais de 1 milhão de indígenas contra a doença
Agência Gov | Via Ms - 10/04/2025 22:39:46 | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O esforço do Ministério da Saúde para recuperar e ampliar a cobertura vacinal no Brasil tem dado resultados expressivos, especialmente entre a população indígena. Em 2024, a meta de cobertura foi superada em 6 vacinas importantes: BCG , pentavalente , poliomielite , pneumocócica, meningocócica e febre amarela . Em visita à 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) , em Brasília, nesta quarta-feira (9), o ministro Alexandre Padilha conversou com indígenas presentes ao local e, inclusive, vacinou algumas lideranças deste público contra a gripe , entre eles o secretário de Saúde Indígena da pasta, Weibe Tapeba.
A campanha nacional de vacinação contra a influenza começou na segunda (7) e a meta é vacinar mais de 1 milhão de indígenas, considerando o calendário nacional e as especificidades climáticas da região Norte, onde a campanha será iniciada no segundo semestre. Ao todo, serão distribuídas cerca de 73,6 milhões de doses de vacina em 2025 — sendo 67,6 milhões no primeiro semestre, para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste; e outras 5,9 milhões no segundo semestre, destinadas à região Norte.
No evento, Padilha reforçou que os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) estão preparados para vacinar as pessoas: “Sabemos das dificuldades para chegar a todos os lugares, por isso pedimos a colaboração de todos os territórios para levar vacina a todos”, disse. “Quantos indígenas já não foram salvos nesse país desde que começamos as campanhas de vacinação? A vacina salva vidas! Contem com o ministério para a gente melhorar a saúde dos povos indígenas”, conclamou o ministro.
Ainda durante a visita ao ATL, o ministro destacou as ações estratégicas da pasta para fortalecer os atendimentos nas regiões mais remotas do país e o cuidado do Governo Federal com a saúde e o bem viver dos povos originários.
“Estar aqui, no maior encontro de luta e resistência dos povos originários, é muito mais que um compromisso de governo — é um compromisso de vida, de respeito e de justiça com cada povo, cada cultura e cada território indígena desse país. Temos muitos desafios e, dentre as prioridades, queremos melhorar a qualidade de atendimento nas ações de promoção e prevenção à saúde indígena”, observou o titular da pasta da Saúde.
Alta cobertura
No ano passado, a cobertura vacinal entre os indígenas chegou a 86,6% — um índice acima da média nacional, com destaque para as crianças de 2 a 4 anos, que registraram 92,7% de cobertura.
Além da campanha anual contra a gripe, o Ministério da Saúde realizará, entre 25 de abril e 24 de maio, o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI), com ações intensificadas em territórios indígenas de todas as regiões do Brasil. Em 2024, o MVPI alcançou 34 DSEIs, aplicando cerca de 67,7 mil doses em mais de 50 mil pessoas.
Outro iniciativa é a Operação Gota, estratégia conjunta entre os ministérios da Saúde, da Defesa e a Força Aérea Brasileira (FAB), que levará vacinas a áreas de difícil acesso na Amazônia Legal , entre junho e novembro deste ano. Estão previstas 12 missões em sete distritos sanitários, beneficiando além dos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e moradores de áreas rurais do Acre, Amapá, Amazonas e Pará. O investimento federal na Operação Gota este ano é de R$ 56,4 milhões.
Monitoramento da febre amarela
O monitoramento da febre amarela em áreas indígenas também foi reforçado, especialmente em Roraima, onde estão localizados os DSEIs Yanomami e Leste de Roraima. Apesar de não haver casos registrados da doença entre a população, a vigilância epidemiológica permanece ativa. Em 2025, já foram enviadas mais de 1,1 milhão de doses da vacina contra a doença para a região Norte, garantindo a proteção da população em áreas de risco.
Acampamento: espaço de conquistas
Realizado desde 2004, o ATL é a maior mobilização indígena do Brasil, e reúne este ano entre 6 mil e 8 mil indígenas de mais de 200 povos em Brasília. Entre as principais conquistas do acampamento ao longo de sua história estão a criação da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, a Sesai , da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e do Conselho Nacional da Política Indigenista (CNPI).
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