Militares de Portugal se recusam a acompanhar navio russo e Marinha do país condena decisão

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Militares de Portugal se recusam a acompanhar  navio russo e Marinha do país condena decisão
Militares de Portugal se recusam a acompanhar  navio russo e Marinha do país condena decisão

Agência Sputnik De Noticias - 15/03/2023 19:04:56 | Foto: República Portuguesa

No sábado (10) à noite, 13 militares da Marinha portuguesa negaram missão para acompanhar um navio russo ao norte da ilha de Porto Santo, na Madeira, alegando questões de segurança. Mas a força diz que a embarcação estava em condições normais.

A decisão dos militares – quatro sargentos e nove praças – que trabalhariam no acompanhamento a bordo do navio NRP Mondego levou a Marinha a considerar que os tripulantes " não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos", segundo o jornal O Observador.

"Estes fatos ainda estão a ser apurados em detalhe, e a disciplina e consequências resultantes serão aplicadas em função disso", afirmou a força em nota.

Do lado dos 13 militares, o argumento é que a decisão foi tomada por conta de diversas questões de segurança, entre elas, que a missão foi pedida em um momento em que as previsões meteorológicas " apontavam para ondulação de 2,5 a 3 metros ".

Segundo os militares, o próprio comandante do NRP Mondego "assumiu, perante a guarnição, que não se sentia confortável em largar com as limitações técnicas" do navio, escreve o jornal.

Além das ondas, também foi citado o fato de um motor e um gerador de energia elétrica não estarem funcionando e que a embarcação "não possui um sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo, ficando estes acumulados nos porões, aumentando significativamente o risco de incêndio ".

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A Marinha rebateu, e apontou que avaliação dos navios em condições não cabe aos militares, confirmando que o NRP Mondego estava com "um defeito em um dos motores", mas refere que a missão que desempenharia era "de curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas".

A força fez questão de sublinhar que a "avaliação das prioridades das missões e estado do navio segue uma linha hierárquica bem definida e estruturada", sendo que "cabe apenas à Marinha, e à sua linha hierárquica, a definição de quais os navios em condições de cumprir com as missões atribuídas".

"Essa avaliação, mais uma vez, pertence à linha de comando e à Superintendência do Material, enquanto entidade técnica responsável. Ambas as entidades não consideraram estar o navio inseguro para navegar", indicou a força.

Porém, pela Associação Nacional de Sargentos, ouvida pela CNN, está "não é uma questão de disciplina" mas de "lealdade e de frontalidade perante o mau estado de um equipamento".

O presidente da associação, António Lima Coelho, disse esperar que "não venha daí qualquer tipo de represália" da Marinha, uma vez que essa situação resulta do " desinvestimento nas Forças Armadas ".

"O material vai-se degradando, as horas de manutenção não são as que deveriam ser e tudo isto vai criando cada vez mais dificuldades ao cumprimento da missão. Por outro lado, os nossos governantes assumem cada vez mais missões sabendo que têm cada vez menos gente e meios cada vez mais desgastados", lamentou.

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