Lima oferece viagem pelas diferentes cozinhas do Peru

Mas a cidade também oferece uma gama ampla de cozinhas em endereços mais acessíveis

Lima oferece viagem pelas diferentes cozinhas do Peru
Lima oferece viagem pelas diferentes cozinhas do Peru

Lima, Peru (folhapress) - Maria Angélica Oliveira - 04/11/2023 18:48:50 | Foto: © Fernando Frazão/Agência Brasil

A cinco horas de voo de São Paulo, a capital peruana Lima ganhou fama por seus restaurantes estrelados, como o Central, melhor do mundo segundo 50 Best Restaurants.

Mas a cidade também oferece uma gama ampla de cozinhas em endereços mais acessíveis, que refletem tanto os diferentes territórios do país (como as regiões costeiras e de floresta) quanto o encontro entre diferentes culturas (a exemplo da comida criolla, que teve a influência espanhóis, povos nativos e africanos). Conheça, abaixo, quais são essas cozinhas e saiba onde experimentá-las.

COZINHA CRIOLLA
Do encontro entre espanhóis, povos nativos e africanos surgiu a comida criolla, marcada por pratos encorpados como o ají de gallina, feito com frango em molho com pasta de pimenta. Mas a mistura não parou por aí. O lomo saltado (filé-mignon com pimentões e ají, nome dado a pimentas) pegou emprestado dos chineses a técnica de flambar. Esse tipo de comida se prova nas tabernas, restaurantes com ambiente festivo onde se come e bebe de forma mais informal.

Na Isolina, o chef José Del Castillo resgata receitas tradicionais da Lima do início do século 19 que acabaram deixadas de lado com a modernização da cidade. Vale ver se a ronda criolla está sendo servida. São pequenas porções de até sete cozidos à escolha do cliente (200 soles, ou R$ 263, para quatro pessoas). O lomo saltado para duas pessoas custa 74 nuevos soles (ou R$ 97). As porções são grandes.

Isolina: Av. San Martín 101, Barranco. Av. El Polo 605, Surco. @isolinataberna. isolina.pe
COZINHA CONTEMPORÂNEA
O restaurante Mérito é um dos exemplos de cozinha contemporânea de Lima servida a preços mais amigáveis. A casa, a 11º colocada no ranking latino-americano do 50 Best, trabalha com insumos tropicais e andinos sem se prender a fronteiras. É comandado pelo chef venezuelano Juan Luis Martínez, que trabalhou no Central, e serve pratos em um ambiente descontraído. A carta é enxuta e nela predominam peixes e frutos do mar em pratos feitos no forno a brasa. Peça as tostadas acevichadas (39 soles ou R$ 51), feitas com peixe fresco, alho negro e cereais andinos, e a panceta glaseada y arepas (91 soles ou R$ 120), com molho feito com yacon, um tubérculo, e sachatomate, um tomate silvestre. Acompanha guasacaca, um vinagrete à base de coentro, salsinha e abacate. Também há opção de menu-degustação (350 soles ou R$ 461)
Av. 28 de Julio 206, Barranco, Lima. @meritorest. meritorestaurante.com
COZINHA DA COSTA
Não apenas Lima, que fica à beira-mar, mas como outras cidades do Peru têm uma longa tradição de preparo de pescados e frutos do mar do oceano Pacífico. Um bom lugar para experimentá-los é o La Picantería, aberto há dez anos em Surquillo, bairro decadente que está se convertendo em polo gastronômico. O chef, Héctor Solís, tem uma rede de pescadores que abastece a casa diariamente com produtos de todo o litoral. Por isso, os tipos de peixe e os preços variam. Os clientes pagam pelo produto inteiro e fresco, e a cozinha se encarrega da preparação (sem custo adicional), aproveitando todas as partes do animal em vários pratos. Da cabeça do peixe e das espinhas, por exemplo, pode sair um ensopado. Ceviche é preparado com o filé e as empanadas, com postas. Um peixe de cerca de 1,3 kg rende quatro pratos e serve até três pessoas. As preparações mais pedidas são jaladito (pedaços de peixe curtidos no sal com molho de ají amarillo), ceviche, sudado (tipo de ensopado) e filé na brasa. É possível incrementar preparos com frutos do mar como lagosta e ouriços.

La Picantería: Calle Francisco Moreno, 388, Surquillo. @lapicanteriasurquillo picanteriasdelperu.com
COZINHA DA SERRA
Da cordilheira dos Andes, chegam alimentos como a quinoa, centenas de variedades de tubérculos, ervas como o huacatay e carnes de cordeiro e cuy, o porquinho-da-índia. Entre as receitas, há uma forte presença de sopas, que ajudam a aquecer quem vive na região. Outro preparo tradicional é a pachamanca (nome que vem do quéchua e significa panela de terra), feito com uma técnica ancestral em que vários tipos de carne, batatas e favas são assados em um forno feito no chão com pedras aquecidas. Raridade em Lima, pode ser encontrado no restaurante Huancahuasi (83,50 soles ou R$ 110) aos finais de semana e feriados. Durante a semana também é possível pedir o prato, mas ele é feito no fogão convencional. Experimente também a patasca (32,90 soles ou R$ 43), uma sopa com dobradinha, carnes e milho e o tamal serrano (24 soles ou R$ 32), um prato que lembra a pamonha brasileira, mas temperado com ají (pimenta) e amendoim e recheado com porco ou frango.

Av. Javier Prado Este 1.405, Urb. Santa Catalina, La Victoria. @huancahuasiperu. Outros endereços em huancahuasi.com
COZINHA DA SELVA
A banana e a cecina (carne de porco seca e defumada) são ingredientes-chave da comida amazônica peruana. O primeiro elemento está presente no restaurante El Aguajal em forma, por exemplo, de patacones (15 soles ou R$ 20), espécie de disco feito com bananas fritas e amassadas. Além disso, é ingrediente do tacacho con cecina (36 soles ou R$ 47), bolinhas de banana verde com banha de porco e pedaços de cecina. Outra pedido é o juane (38 soles ou R$ 50), um arroz envolto em folhas e cozido com ervas, frango moído e em pedaços. Frutas aparecem em sucos, como o de camu camu (24 soles ou R$ 31, um litro) e sobremesas, como o picolé de aguaje (uma espécie de buriti).

El Aguajal: Av. San Borja Norte 886, San Borja. Outros endereços em elaguajal.com

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