Brazilian consumers use olive oil year-round but purchases increase during Easter and Christmas
Foto: Supplied Rita Bassi, da Oliva, alerta consumidor para cuidado com as fraudes
Brazilian consumers use olive oil year-round but purchases increase during Easter and Christmas
Por isaura Daniel - Agência Anba Brasil - 22/10/2024 08:58:58 | Foto: Supplied Rita Bassi, da Oliva, alerta consumidor para cuidado com as fraudes
Para driblar alta dos preços do azeite, brasileiros adquirem produto em volumes menores, segundo Rita Bassi, da associação Oliva. Perspectiva é de queda nos valores, no entanto, diante da boa colheita de azeitona que começa nos países produtores.
São Paulo – Os brasileiros mudaram o hábito nas compras de azeite para fazer o alimento caber no orçamento devido ao aumento de preços ocorrido nos últimos dois anos. A percepção é da presidente da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), Rita Bassi.
“As empresas começaram a fazer coisas diferentes, teve muitas que optaram por fazer embalagens intermediárias. Tinham garrafas de 500ml e 250 ml, fizeram uma intermediária”, afirma. Ela enxerga que neste período de alta de preços, o consumidor brasileiro seguiu comprando azeite, mas adquiriu o produto em quantidade menor. “Uma pessoa que comprava quatro garrafas todo mês diminuiu um pouco o volume”.
A colheita de azeitonas, que já começou em países produtores neste mês, no entanto, traz a perspectiva de uma queda de preços já que ela deve ser maior do que nos últimos anos. A azeitona é o fruto a partir do qual o azeite de oliva é feito. “Essa colheita vai ser maior e isso vai se refletir no preço do azeite”, diz, falando também que não acredita, porém, em uma volta aos patamares anteriores das cotações.
Bassi relata que o aumento nos preços não aconteceu apenas no Brasil, mas no mundo todo, e se deu em outros alimentos também. A alta no azeite decorreu de duas colheitas ruins de azeitonas, nas safras 2022/20023 e 2023/2024, em função de seca nas nações produtoras. “Se você tem pouco fruto, tem pouco azeite e isso, obviamente, vai impactar diretamente no preço”, afirma.
A presidente da Oliva, no entanto, alerta o consumidor para a procura por produtos muito baratos. “Cuidado na hora da compra, não acredite em preços muito baratos, milagre não existe. Opte pelas marcas que você já conhece a procedência, já está acostumado”, diz Bassi, chamando a atenção para as fraudes.
Rita Bassi afirma que os brasileiros compram azeite o ano todo, mas que o produto ainda tem um consumo bastante sazonal no País. O grande volume de aquisições ocorre principalmente na Páscoa, que se dá nos primeiros meses do ano, e no Natal, no final do ano, em função dos pratos que a população costuma preparar para essas celebrações, entre eles o bacalhau, na Páscoa, e o peru natalino.
Dados do Conselho Oleícola Internacional (COI ) fornecidos por Bassi mostram que as importações de azeites do Brasil diminuíram 12,2% no período de outubro de 2023 a julho de 2024 em relação aos mesmos meses da campanha anterior, de 2022/2023. Elas estavam em 77 mil toneladas e recuaram para 67,7 mil toneladas. O volume da campanha passada já significava uma diminuição sobre o período anterior, quando as importações nacionais de azeite estavam em 83 mil toneladas.
Questionada se o momento de preços maiores favoreceu a entrada de novos fornecedores de azeites no Brasil, Bassi lembra do crescimento da Tunísia no setor, apesar de que o país ainda não vende volumes muito grandes para o mercado brasileiro. Ela acredita que o aumento da presença do azeite tunisiano no mundo não tem relação com o cenário atual das cotações, mas sim com uma expansão natural.
“A Tunísia vem se destacando mundialmente e vai ter uma boa campanha”, diz. Ela relata que o país vendia muito azeite a granel, mas vem oferecendo mais o produto pronto. Ela cita uma marca tunisiana que tem grande operação nos Estados Unidos e entrou na Espanha. “É muito difícil ter entrantes num mercado totalmente consolidado, quem dirá na Espanha que é um dos maiores produtores de azeite do mundo”, diz.
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