Harvard processa governo Trump para barrar corte bilionário no financiamento

Desde sua posse em janeiro, Trump tem pressionado as principais universidades dos EUA.

Harvard processa governo Trump para barrar corte bilionário no financiamento
Harvard processa governo Trump para barrar corte bilionário no financiamento

São Paulo, Sp (folhapress) - 23/04/2025 11:34:25 | Foto: Reprodução Tik Tok

A Universidade Harvard processou nesta segunda-feira (21) o governo de Donald Trump numa tentativa de barrar o corte anunciado pelo republicano de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,8 bilhões) no financiamento à instituição.

"Durante a última semana, o governo federal tomou várias ações após a recusa de Harvard em cumprir suas demandas ilegais", escreveu o reitor da universidade, Alan Garber, em comunicado. "Entramos com uma ação, agora há pouco, para interromper o congelamento do financiamento porque [a medida] é ilegal e vai além da autoridade do governo."
Entre os departamentos do governo mencionados na ação movida por Harvard estão de Educação, Saúde, Justiça, Energia e a Administração de Serviços Gerais. Procurado pela agência de notícias Reuters, o governo Trump não se pronunciou.

Segundo reportagem do Wall Street Journal publicada no domingo (20), o governo avalia cortar mais US$ 1 bilhão no financiamento à instituição. A ameaça ocorre em meio à escalada de ataques feitos pelo presidente contra instituições acadêmicas. De acordo com a publicação, o corte impactaria a verba federal destinada a pesquisas na área da saúde.

Pessoas familiarizadas com o assunto disseram ao jornal que a Casa Branca ficou furiosa após gestores de Harvard tornarem pública uma carta enviada em 11 de abril na qual o governo lista suas exigências para manter o financiamento da instituição.

A carta foi enviada antes que funcionários do Executivo pudessem aprová-la ou autorizar sua divulgação, de acordo com o The New York Times.

Três dias após o recebimento do documento, Harvard rejeitou as exigências, argumentando que cumprir as medidas implicaria ceder ao governo federal o controle sobre processos de contratação, admissões e diretrizes acadêmicas da universidade.

"A universidade não renunciará a sua independência nem abrirá mão de seus direitos constitucionais. As demandas do governo vão além do poder da gestão federal", afirmou Garber na ocasião.

Posteriormente, o governo Trump congelou US$ 2,2 bilhões em financiamento para Harvard, além de ameaçar retirar o status de isenção fiscal e a permissão da universidade para matricular estudantes estrangeiros.

O governo também exigiu informações sobre vínculos estrangeiros da universidade, bem como de seus alunos e professores.

Desde sua posse em janeiro, Trump tem pressionado as principais universidades dos EUA, afirmando que as instituições lidaram mal com os protestos pró-Palestina do ano passado e acusando-as de terem permitido que o antissemitismo se espalhasse nos campi.

Manifestantes, incluindo alguns grupos judeus, dizem que suas críticas às ações de Israel em Gaza estão sendo equivocadamente confundidas com antissemitismo.

A Universidade Columbia foi um dos primeiros alvos, mas, nas últimas semanas, o foco se voltou para Harvard, onde o governo tenta supervisionar alunos, professores e o currículo, numa aparente tentativa de conter o que considera ser o viés liberal da instituição.

Ao contrário de Harvard, a Columbia, foco dos protestos pró-Palestina no país, cedeu em parte à pressão do republicano e aceitou uma série de demandas relativas ao controle do campus, como a autorização para detenções dentro dos limites da universidade e a intervenção na gestão do departamento de estudos sobre Oriente Médio, retirando o órgão do controle docente.

A instituição foi duramente criticada no meio acadêmico por essa decisão -críticos dizem que ela só encoraja o governo a ampliar seus ataques.

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