Guerra de tarifas entre EUA e China pode impulsionar agronegócio no Brasil
Guerra de tarifas entre EUA e China pode impulsionar agronegócio no Brasil, analisa Financial Times
Agência Sputnik Brasil - 23/04/2025 07:21:25 | Foto: © VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
Reportagem do jornal britânico Financial Times (PT) apontou que a guerra tarifária movida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China pode beneficiar um dos principais motores da economia brasileira: o agronegócio.
Conforme a publicação, os principais produtos que podem impulsionar o agronegócio no Brasil são a soja, carne bovina e aves. "É uma bênção para os agricultores do Brasil e da Argentina, e ajudará muito o setor", declarou o analista-chefe de agricultura da Kpler, Ishan Bhanu, ao FT.
Além disso, o país tem sido visto pela China e a União Europeia como uma opção estável para a importação de alimentos, ao contrário dos Estados Unidos, cujos agricultores devem ser muito afetados pelas tarifas anunciadas por Trump. "Com a China buscando diversificar seus fornecedores e a Europa cada vez mais enxergando o Brasil como uma opção estável, estamos observando um aumento na demanda externa e uma alta significativa nos preços ", enfatizou o especialista.
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Guerra tarifária de 2017 favoreceu o Brasil
Entre as explicações dadas pelo jornal britânico, está a guerra tarifária de Trump contra a China durante o seu primeiro mandato no governo norte-americano, a partir de 2017. Até 2023, como reflexo da medida, a participação das exportações de alimentos dos EUA para a China no saldo total do país asiático caiu de 20,7% para 13,5%, ao mesmo tempo em que o Brasil saltou de 17,2% para 25,2%.
Diante disso, a expectativa da publicação é de que haja mais investimentos chineses na infraestrutura brasileira, ao mesmo tempo em que as tarifas recíprocas da União Europeia contra Washington podem intensificar a demanda por produtos do agronegócio brasileiro.
"Com a China de olho em diversificar os fornecedores e a Europa enxergando o Brasil como uma opção estável, vemos um crescimento da demanda estrangeira e um aumento significativo de preços", afirmou o executivo da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, à publicação.
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