Mergulhe na história dos doces portugueses: origens, curiosidades, ingredientes tradicionais e os segredos por trás de cada receita!
Redação Com Informações De Agência - 27/03/2025 10:49:43 | Foto: Divulgação
A gastronomia portuguesa é amplamente reconhecida por sua riqueza e diversidade, conquistando paladares ao redor do mundo e influenciando cozinhas de diversos países. Pratos icônicos como a feijoada brasileira, o tempurá no Japão e massadas do Hawai são exemplos de como Portugal deixou sua marca na culinária global. E dentro dessa tradição, como não podíamos deixar de lembrar, estão os doces portugueses tradicionais, que destacam-se como um verdadeiro tesouro cultural, combinando história, criatividade e sabor.
A doçaria de Portugal, especialmente a doçaria conventual, carrega uma herança única que merece ser explorada e saboreada. E vai muito além do famoso Pastel de Belém. Nesse artigo vamos selecionar as 12 melhores iguarias açucaradas que você não pode deixar de experimentar! ! Conheça a origem, curiosidades e receitas de cada um e mergulhe nessa jornada gastronômica com a gente!
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A variedade de opções de doces em Portugal é gigantesca. Os doces conventuais estão entre os mais interessantes, pois têm uma origem profundamente ligada à história religiosa e às práticas monásticas do país.
Durante os séculos XV e XVI, os mosteiros e conventos eram centros de produção culinária. As claras dos ovos eram utilizadas para engomar roupas litúrgicas e clarificar vinhos. Como resultado, sobravam as gemas, que as freiras nos mosteiros e conventos aproveitaram na criação de doces.
Como consequência da revolução Liberal de 1820, em 1834 todos os conventos e mosteiros de Portugal foram extintos. No entanto, as freiras puderam continuar a residir nesses locais até o fim de suas vidas. Com o passar do tempo, os doces conventuais tornaram-se uma importante fonte de sustento para as comunidades religiosas, dando início à sua disseminação por todo o país.
No início do século XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, funcionava uma refinação de cana-de-açúcar com um pequeno comércio. Após a Revolução Liberal, com o encerramento do Mosteiro, alguém começou a vender os pastéis numa tentativa de sobrevivência.
Na época, Belém era distante de Lisboa, e o percurso era feito por barcos a vapor, mas a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém atraía visitantes que aproveitavam e, durante a visita à região, se deliciavam com os “Pastéis Belém”. Em 1837, eles começaram a ser produzidos em instalações anexas à refinação, seguindo uma receita secreta do Mosteiro. Assim surgiu a famosa fábrica dos originais Pastéis de Belém…
A fama é tamanha que em 2024 a iguaria foi novamente proclamada o melhor item da pastelaria mundial (best pastries) segundo a plataforma de gastronomia Taste Atlas.
Digamos que o Pastel de Belém é o oficial, produzido com a receita original na fábrica de Belém. Já o Pastel de Nata são as cópias, versões populares inspiradas no original, e amplamente encontrado em pastelarias por todo o mundo.
Os doces portugueses são reconhecidos por suas cores itensas, como o alaranjado característico das gemas, e pela combinação de ingredientes simples e ricos: ovos, açúcar, amêndoas e canela. Apesar de sua composição frequentemente calórica (sim, bastante!), essas sobremesas são uma experiência sensorial imperdível. Não há dieta que resista!
Os ovos moles são um tipo de doce português feito principalmente de gemas de ovos e açúcar. Eles têm uma consistência cremosa e são usados tanto como recheio quanto como cobertura em várias sobremesas portuguesas. Eu costumo dizer que os ovos moles estão para a doçaria portuguesa como o leite condensado está para a brasileira…
Os Ovos Moles são um símbolo da região de Aveiro, reconhecidos com a Indicação Geográfica Protegida (IGP) pela União Europeia, que garante a qualidade e a receita tradicional. Fotam criados no século XVI no Convento de Jesus de Aveiro. Após a extinção dos conventos em 1834, a receita foi preservada pela empregada da última religiosa do convento.
As freiras usavam gemas de ovos com açúcar e água para fazer doces colocados em hóstias. Sim! Em Aveiro os ovos moles são servidos em hóstias moldadas como peixes e conchas, ou em pequenas barricas pintadas à mão.
Com origem nos conventos, o Barriga de Freira mistura gemas, açúcar, amêndoas e pão ralado, criando uma textura cremosa e densa. Diz-se que o nome remete ao formato que lembra os hábitos das freiras.
Originários do real Mosteiro das Clarissas de Coimbra, são recheados com doce de ovos e amêndoas e cozidos envoltos em uma massa fina e crocante. Estes pastéis são um ícone da doçaria conventual portuguesa.
Talvez o mais famoso doce português, o pastel de nata tem sua origem no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Sua massa folhada e recheio cremoso, levemente caramelizado, conquistaram fama mundial.
Criados no convento de Tentugal, são recheados com ovos moles e envolvidos em uma massa extremamente fina e delicada, que derrete na boca.
Presente em várias regiões do país, esta sobremesa é feita com gemas, açúcar e amêndoas. A receita varia ligeiramente conforme a região, mas o sabor é sempre inesquecível.
Acredita-se que as cornucópias foram criadas em Alcobaça, no Mosteiro de Coz. São cones crocantes tradicionalmente recheados com ovos moles. Seu formato se inspira em um corno, que na Antiguidade era símbolo da fertilidade e da abundância. A pastelaria Alcôa, em frente ao Mosteiro de Alcobaça, é um dos lugares mais tradicionais para provar essa delícia.
Embora sua popularidade tenha crescido no Brasil, o quindim tem origens portuguesas e é um exemplo de como a doçaria de Portugal influenciou outras culturas. Enquanto no Brasil é feito com coco ralado, em Portugal, usa-se amêndoas.
Disponível em várias versões, como o Pão de Ló de Ovar, mais cremoso, trata-se de um bolo esponjoso e leve.
Originário de Torres Vedras, combina feijão branco com açúcar, amêndoas e gemas, resultando em um sabor surpreendente.
Estes pastéis são recheados com doce de ovos e amêndoas, envoltos em massa folhada, e são uma especialidade da vila de Sintra. A receita possivelmente foi inventada durante a II Guerra Mundial na tradicional Pastelaria Piriquita, fundada em 1862.
O Pudim Abade de Priscos, uma iguaria tradicional de Braga, é uma das poucas receitas divulgadas pelo abade Manuel Joaquim Rebelo, que serviu na freguesia de Priscos por quase 50 anos. Criado a pedido do diretor do Magistério Primário feminino de Braga, este pudim combina vinho do Porto e toucinho gordo fatiado, preferencialmente de Chaves ou Melgaço, resultando em uma textura cremosa e gelatinosa que se desfaz na boca. Finalista das 7 Maravilhas Doces de Portugal, o pudim é celebrado como uma obra-prima da culinária portuguesa.
Semelhante ao arroz-doce, é preparado com fios de massa (macarrão bem fino) cozido em leite, açúcar, gemas e aromatizado com canela e limão. Uma sobremesa tradicional em épocas festivas, sobretudo no Natal.
Também conhecida com Sericá, é um doce típico conventual da região do Alentejo, mas com raízes indianas. É uma espécie de souflé, úmido, à base de açúcar, farinha, ovos, leite, limão e canela, geralmente acompanhado com ameixa d´Elvas em calda de açúcar (oval e de textura suculenta), outra delícia típica da região. Geralmente é cozido em um prato de barro e pode ser consumido quente ou frio.
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