Em 16 de julho de 2014, durante uma visita ao Brasil, o presidente Xi Jinping mencionou a história de Tavares no Congresso Nacional Brasileiro
Foto: Zhao Yan, Xinhua
Em 16 de julho de 2014, durante uma visita ao Brasil, o presidente Xi Jinping mencionou a história de Tavares no Congresso Nacional Brasileiro
Diário Do Povo Online - 19/11/2024 09:13:21 | Foto: Zhao Yan, Xinhua
Liu Shaohua, Diário do Povo
A cidade brasileira do Rio de Janeiro, às margens do Atlântico, se assemelha a uma pintura a óleo, colorida e vibrante, com seu clima tropical se estendendo por todos os recantos.
Em 2021, Qiao Jianzhen, que trabalhou por muito tempo no Instituto Confúcio, junto com seus colegas, recebeu uma valiosa coleção: livros e materiais de pesquisa e divulgação da China, de um idoso de 97 anos. Parte dessa coleção foi já enviada para a China para ser preservada.
O doador chamou-se Carlos Tavares(1924-2021), e se autodenominou "um brasileiro com um coração chinês".
Em 16 de julho de 2014, durante uma visita ao Brasil, o presidente Xi Jinping mencionou a história de Tavares no Congresso Nacional Brasileiro: "Há mais de 40 anos, ele se dedica incansavelmente ao estudo e à pesquisa sobre a China, escrevendo oito livros e mais de 500 artigos, além de realizar centenas de palestras sobre o país. Muitos brasileiros conheceram e se aproximaram da China por meio de suas palavras. Quando lhe perguntaram sua motivação, ele disse: ‘Eu só quero apresentar a China, para que mais pessoas a conheçam. Não tenho outra intenção’".
O interesse de Tavares por um país distante no Oriente não foi algo acidental. Da China ao Brasil, cruzando o Pacífico até chegar ao Atlântico, dos hemisférios norte e sul, do leste ao oeste, os dois países têm uma longa história de intercâmbios amigáveis.
Voltando atrás no tempo, o presidente Xi contou também uma história de há 200 anos. Naquela época, os primeiros agricultores de chá chineses cruzaram montanhas e mares para chegar ao Brasil e transmitirem seus conhecimentos. Décadas depois, em 1873, na Exposição Mundial de Viena, o chá produzido no Brasil foi amplamente elogiado.
Poucos sabem que o Brasil, conhecido por sua produção de café, é o terceiro país no mundo a dominar a técnica de cultivo de chá. Naquele ano, os agricultores de chá chineses compartilharam generosamente seus conhecimentos, e entre o chá e o café, plantaram as sementes da amizade entre os dois países.
Hoje, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, ergue-se um pagode chinês de estilo único, cercado por montanhas e árvores verdes, atraindo inúmeros turistas. O pavilhão foi construído em 1903 pelo governo da cidade do Rio de Janeiro para homenagear os agricultores chineses, registrando fielmente a amizade entre os dois países "unidos pelo chá".
Além de cultivar o chá, o Brasil também nutre um forte sentimento pela China. O presidente Xi mencionou que o mestre da pintura chinesa Zhang Daqian viveu no Brasil por 17 anos. Durante sua estadia no país, pintou obras-primas como "A Thousand Mile of the Yangtze River”, “Huangshan Landscape” e “Homesick”.
Na década de 1980, a telenovela brasileira A Escrava Isaura fez grande sucesso na China, e a música e dança brasileiras conquistaram cada vez mais jovens chineses. No Brasil, com o crescente entusiasmo pela língua e cultura chinesas, o país se tornou líder em número de Institutos Confúcio e Salas de Aula Confúcio na América Latina, com um grande número de estudantes e forte demanda.
O então presidente do Senado, Renan Calheiros, comentou com o presidente Xi Jinping: "Você é o líder estrangeiro que recebeu mais aplausos na história do Congresso Nacional". O discurso foi transmitido ao vivo para todo o Brasil, e milhares de pessoas o ouviram. Durante a visita do presidente Xi, as ruas do Brasil estiveram repletas de bandeiras vermelhas da China.
O rio Yangtze flui sem parar, e o rio Amazonas corre serenamente. Desde os tempos remotos até os dias atuais, as histórias entre a China e o Brasil continuam testemunhando e impulsionando a relação entre os dois países para avançar cada vez mais.
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