De acordo com o comunicado, os Estados Unidos mantêm superávit comercial expressivo com o Brasil, o que demonstra desequilíbrio real em favor dos norte-americanos
Agência Xinhua - 07/04/2025 06:36:20 | Foto: Rogier Hoekstra por Pixabay
O governo brasileiro lamentou nesta quarta-feira a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre todas as exportações do país para o mercado norte-americano.
"A nova medida, como as demais tarifas já impostas aos setores de aço, alumínio e automóveis, viola os compromissos dos EUA perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) e impactará todas as exportações brasileiras de bens para os EUA", afirma um comunicado conjunto divulgado pelos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Industria, Comercio e Serviços.
O governo brasileiro também rejeitou o argumento de "reciprocidade comercial" usado pelo presidente Trump para justificar as novas tarifas. De acordo com o comunicado, os Estados Unidos mantêm superávit comercial expressivo com o Brasil, o que demonstra desequilíbrio real em favor dos norte-americanos.
"Segundo dados do governo dos EUA, o superávit comercial de Estados Unidos com o Brasil em 2024 foi da ordem de US$ 7.000 bilhões, somente em bens. "Somados bens e serviços, o superávit chegou a US$ 28,6 bilhões no ano passado. Trata-se do terceiro maior superávit comercial daquele país em todo o mundo", diz o texto.
"Ao longo dos últimos 15 anos, os EUA acumularam superávit de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil. A imposição unilateral de uma tarifa adicional de 10% ao Brasil sob o pretexto de restabelecer o equilíbrio e a 'reciprocidade comercial' não reflete a realidade", destaca a nota.
"Em defesa dos trabalhadores e empresas brasileiras, tendo em vista o impacto efetivo das medidas nas exportações brasileiras e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro buscará, em consulta com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais perante o governo dos EUA", enfatizou o comunicado.
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