ONU estima que mundo terá 10,3 bilhões de pessoas em meados de 2080

Relatório do Departamento Econômico e Social, Desa, revela que após atingir pico populacional, haverá declínio gradual até fim do século; Brasil está em grupo de países com alta acentuada entre 2025 e 2054; Angola deve dobrar número de habitantes; Portugal, Itália e Espanha subirão em expectativa de vida

ONU estima que mundo terá 10,3 bilhões de pessoas em meados de 2080
ONU estima que mundo terá 10,3 bilhões de pessoas em meados de 2080

Monica Grayley / Agência Onu News - 11/04/2025 22:16:45 | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Um relatório do secretário-geral das Nações Unidas revela que a população mundial chegará a 10,3 bilhões de pessoas em meados de 2080.

A expectativa de crescimento seguirá pelos próximos 60 anos, mas a projeção é de uma leve queda até o fim deste século com o número de habitantes alcançando 10,2 bilhões pelo globo.

Migração internacional afeta demografia
O documento será debatido esta semana, durante a 58ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento, CPD58, que se reúne até este 11 de abril, na sede da ONU em Nova Iorque.

Sob o tema do relatório, “Assegurando vidas saudáveis e promovendo o bem-estar em todas as idades”, especialistas da ONU analisarão as tendências demográficas mundiais.

O líder das Nações Unidas, António Guterres, lembra que vários fatores de padrões nacionais como fertilidade, mortalidade e migração internacional afetam as tendências globais. As pessoas estão vivendo mais e formando famílias menores, o que caracteriza a transição demográfica.

Brasil, Portugal e Angola
Alguns países já tiveram picos populacionais ou terão esses movimentos nas próximas décadas.

Nesse caso, é preciso considerar aumentar serviços de automação e tecnologia e melhorar a produtividade em todas as idades.

O Brasil, ao lado do Irã e do Vietnã, está na lista de países que terão um pico populacional entre 2025 e 2054.

Para o mesmo período, o documento aposta num aumento da expectativa de vida desde o nascimento para Portugal, Itália e Espanha. Dos países de língua portuguesa, Angola deve dobrar o número de habitantes até 2054.

O mesmo deve acontecer em mais outras oito nações africanas incluindo Mali, Somália, República Democrática do Congo e Chade.

Mais de 20% do crescimento esperado da população global deve ocorrer nessas áreas da África. Devido a seu rápido crescimento, os demógrafos esperam que países como Paquistão, Nigéria e RD Congo ultrapassem os Estados Unidos em termos de tamanho populacional.

Criação de vagas para idosos
Uma outra observação do relatório é o apoio de forças de trabalho multigeracionais, com oportunidades de treinamento e retreinamento da mão-de-obra.

A criação de vagas para trabalhadores idosos que queiram continuar no mercado, mesmo após a primeira aposentadoria ou reforma, é uma das recomendações.

O crescimento ou declínio de populações nacionais em tamanho é resultado do equilíbrio entre três componentes demográficos: fertilidade, mortalidade e migração internacional.

A migração internacional afeta indiretamente o número de nascimentos nos países de destino e em países de origem.

Migração em Portugal, Rússia e Espanha
Em países como Albânia, Armênia, Guadalupe e Jamaica, existe redução no número de nascimentos. Já nações como Portugal, Rússia e Espanha, a imigração está levando a um aumento de nascimentos.

O relatório explica que o impacto da migração internacional sobre mudança da população é apenas nos níveis nacional e regional. Num patamar global, o efeito da migração internacional sobre o crescimento da população é zero.

Em todo o mundo, as taxas de fertilidade, num número médio de nascimentos por mulher, caíram acentuadamente durante as últimas décadas em muitos países. A taxa global hoje é de 2.25 filhos por mulher, uma criança a menos que na geração passada.

Até o final dos anos 2040, a taxa de fertilidade deverá cair para 2.1.

Saúde e higiene prolongam vida
A expectativa de vida, no entanto, vem crescendo nas últimas décadas, aumentando mais de 8,4 anos desde 1995. No ano passado, a idade era de 73,3 anos. Em 2054, deverá ser de 77,4 anos. No fim da década de 2050, o relatório indica que mais da metade das mortes deverá ocorrer na idade de 80 ou mais, em 1995 este número era de 17%.

Melhorias na saúde pública, de higiene pessoal, na medicina e nutrição são alguns dos fatores-chaves para que se viva mais. Entre 2020 e 2021, o aumento da longevidade foi estancado pelo impacto da pandemia de Covid-19.

O relatório do secretário-geral chama a atenção para a transição demográfica que explica o fato de todas as populações estarem seguindo um caminho similar entre viver mais e ter famílias menores.

Nos próximos 30 anos, a população total da África Subsaariana deve aumentar 79% alcançando 2,2 bilhões de pessoas em 2054. Até o final do século serão 3,3 bilhões de africanos no mundo.

No ano passado, os países e regiões com maior expectativa de vida foram China, Japão, Hong Kong e a Coreia do Sul com pelo menos 84 anos.

Já Portugal, Itália e Espanha, na Europa, além de Guadalupe e Martinica na América Latina e Caribe terão aumentos em suas taxas de expectativa de vida. Já Jamaica, São Vicente e Granadinas, na mesma região, além da Moldávia na Europa registrarão declínio na expectativa de vida abaixo dos 72 anos de idade.

*Monica Grayley, da ONU News com informações do Departamento Econômico e Social das Nações Unidas.

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