Após decisão do Carrefour, ministro diz ver ação orquestrada de empresas francesas contra produção brasileira

O ministro brasileiro criticou a afirmação.

Após decisão do Carrefour, ministro diz ver ação orquestrada de empresas francesas contra produção brasileira
Após decisão do Carrefour, ministro diz ver ação orquestrada de empresas francesas contra produção brasileira

Foto: Nadja Kouchi/Reprodução / Exame

O ministro brasileiro criticou a afirmação.

Marianna Holanda, Brasília, Df (folhapress) - 22/11/2024 06:50:56 | Foto: Nadja Kouchi/Reprodução / Exame

O ministro Carlos Fávaro (Agricultura) disse nesta quarta-feira (20) ver "ação orquestrada" de empresas francesas contra a produção brasileira, em resposta à decisão do Carrefour de não comprar mais carne de países do Mercosul.

"Me parece uma ação orquestrada de companhias francesas, porque não faz sentido achar que é coincidência", disse o ministro. "Outro dia foi a Danone que fez, e agora o Carrefour, apontando de forma inverídica as condições de produção brasileira, de forma a ferir a soberania brasileira, desrespeitando a nossa produção, que é sustentável."
Nesta quarta-feira (20), o presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que a rede francesa não vai oferecer nos seus pontos de venda carne produzida por países do bloco, que negocia há décadas negocia um acordo comercial com a União Europeia.

Em comunicado, Bompard disse "entender o desespero e a raiva dos agricultores diante do projeto de acordo de livre-comércio" e do "risco de inundar o mercado francês com uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas."
O ministro brasileiro criticou a afirmação. "Era mais bonito e legítimo só manter a posição contra [o acordo UE-Mercosul], mas não precisava ficar procurando pretexto naquilo que não existe, na produção sustentável e exemplar brasileira. Eu seria o último das pessoas a apontar qualquer defeito na produção francesa, mas fico indignado quando eles querem fazer isso com o Brasil", disse.

A declaração de Fávaro foi feita a jornalistas, após jantar no Itamaraty em homenagem a Xi Jinping, presidente da China, um dos principais mercados de carne do Brasil.

Ao mencionar a Danone, o ministro faz referência à informação divulgada pela agência Reuters de que a a multinacional francesa não está mais adquirindo soja brasileira e passou utilizar o insumo de países asiáticos. A fonte era um diretor da empresa.

Depois da reação de integrantes do agronegócio brasileiro, a fabricante de laticínios negou a informação. "A Danone continua comprando soja brasileira em conformidade com as regulamentações locais e internacionais. A soja brasileira é um insumo essencial na cadeia de fornecimento da companhia no Brasil", disse, em comunicado, Tiago Santos, diretor da empresa no país.

Procurada para comentar as declarações de Favaro nesta quarta, a multinacional não respondeu.

O Carrefour Brasil informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que "nada muda nas operações do país" e que a rede continua comprando carne de produtores locais.

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