A fome é um fantasma diário.
Foto: Divulgação Miguel Lucena
A fome é um fantasma diário.
Por Miguel Lucena - 06/01/2025 16:08:58 | Foto: Divulgação Miguel Lucena
A pobreza, uma realidade persistente e brutal, marca profundamente a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Quem vive no conforto de uma casa segura, com acesso a comida, saúde e lazer, muitas vezes enxerga o mundo através de uma lente limitada, incapaz de compreender plenamente o sofrimento daqueles que vivem à margem. A expectativa de que todos se comportem ou pensem como quem está em uma posição privilegiada é não só irreal, mas também desumana.
Nas comunidades pobres, as condições de vida são frequentemente indignas. Barracos feitos de materiais improvisados enfrentam a força das chuvas, deixando ruas de lama onde crianças brincam, não por escolha, mas por falta de alternativas. Essas crianças crescem em um ambiente onde o futuro parece um luxo distante, enquanto pais e mães se desdobram em trabalhos exaustivos para ganhar um salário que mal cobre o básico.
A fome é um fantasma diário. Muitas mães seguram seus filhos com seios secos, incapazes de alimentá-los. Seus corpos, enfraquecidos pela má nutrição, refletem o abandono de uma sociedade que deveria cuidar dos seus. Nessas condições, a esperança se torna um bem escasso, enquanto a revolta cresce como um grito silencioso contra a injustiça.
A pobreza não é apenas a ausência de dinheiro; é a negação sistemática de oportunidades. É um ciclo que perpetua a desigualdade, onde gerações inteiras são condenadas a repetir a história de exclusão. E é fácil, para quem nunca viveu essa realidade, julgar comportamentos, cobrar meritocracia e ignorar as barreiras invisíveis que prendem os despossuídos em sua condição.
Se queremos transformar esse cenário, é urgente um esforço coletivo para nos colocarmos no lugar do outro. Empatia não é caridade pontual, mas o compromisso de lutar por uma sociedade mais justa. É necessário agir para oferecer oportunidades reais, seja através de políticas públicas, iniciativas sociais ou pequenos gestos individuais.
A pobreza não precisa ser eterna. Ela é fruto de escolhas e estruturas sociais que podem e devem ser transformadas. Ao estender a mão para quem mais precisa, ajudamos a construir um mundo onde menos pessoas sejam deixadas para trás. Afinal, a dignidade humana não pode ser privilégio de poucos; deve ser um direito de todos.
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