Político paraibano, mestre das pegadinhas, assistiu à eleição do neto, Hugo Mota, com aquele olhar de quem já aprontou muito nessa vida – e pelo jeito, não parou nem depois dela
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Político paraibano, mestre das pegadinhas, assistiu à eleição do neto, Hugo Mota, com aquele olhar de quem já aprontou muito nessa vida – e pelo jeito, não parou nem depois dela
Por Miguel Lucena - 02/02/2025 17:15:26 | Foto: Divulgação
O plenário da Câmara dos Deputados estava em ebulição. O burburinho dos parlamentares, os cochichos estratégicos, as negociações de última hora. No meio disso tudo, uma figura distinta circulava com um sorriso maroto, apertando mãos, trocando piadas e fazendo perguntas que deixavam seus interlocutores em dúvida: “Ué, mas o senhor não...?”
Mas sim, ele estava ali. Edivaldo Mota, político paraibano, mestre das pegadinhas, não perderia esse momento por nada.
Ninguém sabe ao certo como ele chegou – se veio na carona de um pensamento saudoso, de uma lembrança afetuosa ou se deu um jeito de burlar a fronteira entre a Eternidade e o Plenário. O fato é que ele estava lá, assistindo à eleição do neto, Hugo Mota, com aquele olhar de quem já aprontou muito nessa vida – e pelo jeito, não parou nem depois dela.
Alguns deputados juram que sentiram um tapinha nas costas, um sussurro no ouvido, um riso contido em algum canto do salão. Outros dizem que, ao olharem de relance, tiveram a impressão de ver uma sombra conhecida, de cabelos brancos e sorriso astuto.
Quando veio o resultado, proclamando Hugo presidente da Casa, Edivaldo bateu palmas satisfeito. Orgulhoso, claro, mas também achando graça da travessura. Antes de ir embora, confidenciou a um velho amigo – desses que entendem quando um espírito está de passagem:
— Essa foi boa, né? Quem diria que eu voltaria só pra ver esse dia!
E, com a mesma leveza com que chegou, desapareceu.
Lá no alto, ao cruzar os portões da Eternidade, alguém perguntou:
— E então, Edivaldo, como foi?
E ele, piscando um olho maroto, respondeu:
— Rapaz, foi um espetáculo! Peguei todo mundo de surpresa!
E caiu na risada.
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