Pietra Estrela Aquino, judoca de Brasília é prata em mundial escolar no Bahrein

Pietra Estrela Aquino ficou em segundo lugar no Gymanisade Sub-18.

Pietra Estrela Aquino, judoca de Brasília é prata em mundial escolar no Bahrein
Pietra Estrela Aquino, judoca de Brasília é prata em mundial escolar no Bahrein

Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Pietra Estrela Aquino ficou em segundo lugar no Gymanisade Sub-18.

Fernando Jordão, Da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno - 12/11/2024 07:28:45 | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Pietra Estrela Aquino, 17 anos, ficou em segundo lugar no Gymanisade Sub-18; atleta e treinador reforçam importância de apoio do governo para o bom desempenho em diferentes competições

O esporte pode levar longe. No caso da judoca brasiliense Pietra Estrela Aquino, 17 anos, essa não foi só uma metáfora. No último mês, ela cruzou os mais de 11 mil km que separam a capital federal da cidade de Manama, no Bahrein, para conquistar a medalha de prata no Gymnasiade Sub-18, o maior evento esportivo escolar do planeta. Ao longo de sua trajetória, a atleta contou com apoio de programas do Governo do Distrito Federal (GDF), como o Bolsa Atleta e o Compete Brasília.

“Foi muito gratificante para mim. Até então, eu acho que é o resultado mais expressivo da minha carreira como atleta e sou muito grata a todo mundo que me ajudou a chegar aqui”, celebrou a jovem, que ficou em segundo lugar na categoria até 57 kg. “Sempre tive o sonho de viajar o mundo todo por meio do judô, conhecer vários países, mas a gente nunca imagina um país assim tão longe, tão diferente, com uma cultura muito linda de se conhecer. Foi incrível, e, com certeza, eu não conseguiria se não fosse pelo esporte.”

O carimbo do país árabe não foi o primeiro no passaporte de Pietra. Antes, ela já havia competido em Portugal, Croácia e Polônia, viagens que fez com o apoio do Compete Brasília — programa do GDF que concede passagens aéreas ou terrestres para atletas disputarem provas. “Se não fosse por esses apoios, talvez a gente não conseguiria marcar as viagens, porque hoje em dia também está muito caro para ir para as competições. Então, acaba que, se a pessoa não tem condição de ir para uma viagem, ela fica em desvantagem em relação às outras pessoas que têm condições, mesmo sendo o melhor atleta”, pontuou.

O caminho para todas essas competições começou aos 4 anos: “É uma história até engraçada, porque na minha escola tinha balé para as meninas e judô para os meninos. Aí eu fui ao balé no primeiro dia e fiquei chorando lá e pedi para os meus pais para fazer judô”. Aliás, o apoio da família — que ainda conta com outros dois atletas — é tido por ela como uma das coisas mais importantes da carreira.

“Ser pai é alimentar o sonho dos filhos, viver o sonho com eles. Até brinquei com ela em uma postagem: ‘Viver a jornada contigo é o que mais me impressiona’. Cada orgulho, cada tristeza às vezes também, é muito legal”, contou, entusiasmado, o pai, o administrador Leandro Aquino.

Nos 13 anos dessa jornada até agora — sete participando de disputas —, a brasiliense coleciona medalhas importantes, como os ouros nos Jogos Escolares Brasileiros em 2021 e 2024, nos Jogos da Juventude em 2023 e no Campeonato Brasileiro Sub-18 da modalidade, também em 2023. Daqui para a frente, Pietra almeja continuar melhorando sua pontuação no ranking e não nega a ambição de, quem sabe, estar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028: “Vou lutar esses quatro anos para ver se eu consigo, só que eu ainda sou da base, aí é mais difícil competir com as mulheres do sênior. Só que, se a gente se destacar e ganhar delas, é a gente que vai. Esse é o sonho, é a meta”

Olimpíadas

O sonho pode não estar tão distante assim. O judô é a categoria que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil na história. Na última edição, em Paris, foram quatro. Uma delas, o bronze por equipe mista, que contou com a participação de dois atletas que passaram pelos tatames do Espaço Marques, onde Pietra treina: Guilherme Schimidt e Ketleyn Quadros.

“Esse vice-campeonato, para ela, vem a carimbar todo o esforço, toda a dedicação que ela teve não só nessa competição, mas em várias outras, sempre medalhando, sempre trazendo resultados para o Distrito Federal. Esse campeonato mundial escolar só fomenta todo o trabalho que foi feito e é muito importante para a trajetória dela, pois, daqui para frente, são os novos desafios. Talvez seja a última competição escolar dela, e agora é buscar o sonho olímpico, o sonho mundial que todo atleta almeja”, destacou Robert Marques, treinador da jovem no local.

O sensei também reforçou a importância dos programas governamentais para que atletas tenham condições de seguir disputando medalhas: “Tem atletas no Distrito Federal que talvez, se não tivessem esses apoios, não conseguiriam estar viajando, estar competindo em nível nacional e internacional. O Compete Brasília faz uma diferença monstruosa dentro desse contexto competitivo, e temos muitos resultados graças a esse programa”.

Compete Brasília

O programa tem como objetivo incentivar a participação de atletas e paratletas de alto rendimento — de diversas modalidades — em campeonatos nacionais e internacionais. O pedido deve ser feito no site da Secretaria de Esporte e Lazer, antes de cada evento — no prazo de até 40 dias antes do início, no caso de competições nacionais, e 60 dias para as internacionais.

“O Compete Brasília é um exemplo consolidado de uma política pública que deu certo no Distrito Federal, valorizando o esforço, a dedicação e o comprometimento dos atletas da nossa cidade. Esses resultados também refletem o nosso compromisso contínuo com o esporte brasiliense, promovendo o desenvolvimento de atletas desde a formação até a participação em competições de alto nível”, enfatizou o secretário de Esporte e Lazer do DF, Renato Junqueira.

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