ONU revela que crescimento da economia oceânica está sob risco

Um homem pesca na Ilha de Saint Martin, Bangladesh, na Baía de Bengala

ONU revela que crescimento da economia oceânica está sob risco
ONU revela que crescimento da economia oceânica está sob risco

Agência Onu News Brasil - 04/03/2025 08:02:55 | Foto: ONU/Yousuf Tush

Setor teve aumento acima da média, nos últimos 30 anos, e representa oportunidades promissoras; poluição, mudanças climáticas, falta de investimento e barreiras comerciais atrasam inovações.

O mercado de biotecnologia marinha, estimado em US$ 4,2 bilhões em 2023, deve chegar a US$ 6,4 bilhões até 2025, impulsionado por alimentos marinhos de baixo carbono, novos antibióticos e materiais de base biológica.

Esse é um dos exemplos que revelam que a economia oceânica está em alta. O setor cresceu 2,5 vezes desde 1995, superando a média global.

Um jovem olha para o mar no Iêmen

Ocha/Giles Clarke

Um jovem olha para o mar no Iêmen

Pesca sustenta 600 milhões de pessoas

Ainda assim, o oceano permanece em grande parte inexplorado, com até dois terços das espécies marinhas ainda não identificadas, oferecendo um vasto potencial.

Dados da Agência da ONU para Comércio e Desenvolvimento, Unctad, indicam que em 2023, o comércio de bens e serviços oceânicos atingiu recordes de US$ 899 bilhões e US$ 1,3 trilhão.

Só a pesca sustenta agora 600 milhões de pessoas que vivem principalmente em países em desenvolvimento.

Mudanças climáticas ameaçam futuro do setor

Por outro lado, a Unctad alerta que as mudanças climáticas, poluição, pesca predatória, lacunas regulatórias e subinvestimento ameaçam o futuro do setor.

O ano passado foi o mais quente já registrado no mundo, com temperaturas globais 1,55°C acima dos níveis pré-industriais.

As águas oceânicas mais quentes perturbam os ecossistemas marinhos, prejudicam os cardumes, diminuem as colheitas e ameaçam a segurança alimentar, especialmente para as comunidades costeiras.

Os riscos se estendem ao comércio marítimo. O aumento do nível do mar e a seca ameaçam portos e rotas marítimas. Além disso, o clima extremo atrasa os embarques e infla os custos de seguro.

Um navio de carga de Singapura atraca num porto do norte da Europa, depois de ter navegado no movimentado trânsito do Leste Asiático-Europa

Unctad

Um navio de carga de Singapura atraca num porto do norte da Europa, depois de ter navegado no movimentado trânsito do Leste Asiático-Europa

Redução de emissões de gases do efeito estufa

O transporte marítimo é responsável por 2,9% das emissões globais de gases do efeito estufa. A estratégia de redução da Organização Marítima Internacional, OMI, estabelece metas ambiciosas, mas o progresso é considerado lento.

A Unctad ressalta que os combustíveis de baixo carbono continuam caros, os portos carecem de infraestrutura e as economias em desenvolvimento têm dificuldade para financiar a transição energética.

A agência defende a consolidação de dados sobre as emissões de CO2 da economia oceânica, estimada em 11% do total global, mas com lacunas de informação em setores-chave como portos e construção naval.

Alternativas sustentáveis ao plástico

Para combater a poluição, a Unctad estimula as exportações de substitutos dos plásticos de base marinha, como algas e silicatos.

Essas alternativas sustentáveis totalizaram apenas US$ 10,8 bilhões em 2022, 1% das exportações globais de plástico. O crescimento é retido por altas tarifas, regulamentações desatualizadas e barreiras comerciais.

Segundo a Unctad, o tratado de poluição plástica da ONU, que está na reta final de negociação, pode ajudar a desbloquear esse mercado, facilitando o comércio e apoiando a inovação em insumos marinhos naturais de origem sustentável.

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