Economia chinesa solidifica recuperação no 1º trimestre, pronta para navegar pelas incertezas
Agência Xinhua - 17/04/2025 10:28:13 | Foto: Xinhua/Wang Song
Beijing, 16 abr (Xinhua) -- A economia da China começou 2025 em bases sólidas, impulsionada por uma mudança estrutural em direção à demanda doméstica e à inovação, posicionando o país para enfrentar da melhor forma as incertezas globais.
O produto interno bruto (PIB) do país cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 31,8758 trilhões de yuans (US$ 4,42 trilhões), mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) divulgados na quarta-feira.
O PIB da China cresceu 5% ano a ano em 2024 e o país tem como meta seu crescimento econômico anual em cerca de 5% para este ano.
A economia do país teve um forte início no primeiro trimestre, com uma das mais altas taxas de crescimento entre as principais economias do mundo, disse Sheng Laiyun, vice-chefe do DNE, em entrevista coletiva na quarta-feira.
Ao mesmo tempo, Sheng alertou que o ambiente externo se tornou cada vez mais complexo e desafiador, com um rápido aumento do protecionismo comercial global e crescentes tensões na ordem econômica internacional.
A China fez preparativos políticos completos para lidar com as mudanças externas, disse Sheng, observando que uma série de macropolíticas direcionadas já entraram em vigor e que mais políticas incrementais serão introduzidas conforme necessário para mitigar choques externos.
COMEÇO SÓLIDO
Destacando melhorias amplas nos principais indicadores, Sheng apontou que a produção industrial de valor agregado expandiu 6,5% em termos anuais. Somente em março, a produção industrial cresceu 7,7% na comparação anual.
Durante o período, o investimento em ativos fixos aumentou 4,2% ano a ano, com o investimento na construção de infraestrutura subindo 5,8% e o investimento em manufatura aumentando 9,1%, de acordo com os dados do DNE.
As vendas no varejo de bens de consumo, um importante indicador da força de consumo do país, aumentaram 4,6% ano a ano.
Apoiados pelas políticas direcionadas para impulsionar o consumo, os gastos relacionados a serviços também aceleraram. No primeiro trimestre, as vendas no varejo de serviços cresceram 5% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando o varejo de bens em 0,4 ponto percentual.
Os dados de quarta-feira também mostraram que a renda disponível per capita do país aumentou 5,5% ano a ano em termos nominais, chegando a 12.179 yuans no primeiro trimestre, com a situação do emprego permanecendo estável.
Sheng atribuiu essas melhorias ao apoio político decisivo, à capacidade de resposta em nível local e ao forte impulso pela inovação.
Observando que o enorme mercado da China, apoiado por uma população de 1,4 bilhão de pessoas e um PIB per capita superior a US$ 13 mil, oferece espaço substancial para consumo e investimento, Sheng disse que esse forte potencial de demanda doméstica continuará a apoiar o crescimento econômico sustentado do país.
ATUALIZAÇÃO MAIS RÁPIDA
A China tem avançado constantemente na atualização estrutural e no desenvolvimento de alta qualidade, com seu modelo de crescimento passando por uma mudança fundamental - de um sistema impulsionado por investimentos e exportações para um modelo cada vez mais alimentado por demanda doméstica e inovação, destacou Sheng.
Nos últimos cinco anos, a demanda doméstica contribuiu com mais de 80% do crescimento econômico do país, em média, acrescentou.
Como parte de seu movimento para tornar a demanda doméstica o principal motor e âncora do crescimento econômico, a China revelou um plano direcionado para aumentar o consumo em março. A iniciativa reflete a direção política delineada no relatório de trabalho do governo deste ano, que enfatiza a melhoria dos padrões de vida e o aumento dos gastos do consumidor.
Novos cenários de consumo estão surgindo rapidamente com o surgimento de big data e inteligência artificial, disse Sheng, citando o filme "Ne Zha 2" como um exemplo de demanda cultural em expansão que reflete a vibrante inovação do consumidor e o potencial de crescimento do país.
Setores emergentes, como a economia digital, estão desempenhando um papel cada vez mais importante no crescimento da China, com novos impulsionadores se expandindo de forma constante e contribuindo para uma maior resiliência econômica e estabilidade de longo prazo, disse Sheng.
Em relação ao comércio exterior, Sheng observou que uma estrutura de exportação mais diversificada está surgindo, diminuindo a dependência de qualquer parceiro único comercial.
Quando questionado sobre o impacto dos aumentos das tarifas dos EUA, Sheng disse que eles "podem exercer pressão de curto prazo sobre a economia e o comércio exterior da China, mas não alterarão a perspectiva positiva de longo prazo do país", apontando para os fundamentos firmes da China, diversos pontos sólidos, forte resiliência e perspectivas de crescimento substanciais.
A China está bem preparada para lidar com todas as incertezas, disse o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ao presidir um simpósio com especialistas econômicos e empresários em 9 de abril.
Li observou que é particularmente crucial garantir um trabalho econômico eficaz no segundo trimestre e além, enfatizando que é necessário implementar macropolíticas mais proativas e introduzir novas políticas incrementais em tempo hábil à luz das necessidades da situação.
China diz que aumentos de tarifas dos EUA não fazem mais sentido econômico
Beijing, 17 abr (Xinhua) -- Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta quinta-feira que a tarifa de 245% dos Estados Unidos sobre certos produtos da China não faz mais sentido econômico.
A Casa Branca emitiu um informativo sobre a investigação da Seção 232 em seu site em 15 de abril, dizendo que a China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre as importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias.
Em resposta a uma pergunta relevante, o porta-voz apontou que a China deixou muito claro que os aumentos extorsivos de tarifas dos Estados Unidos sobre a China se tornaram um jogo de números, o que economicamente não faz mais muita diferença real, exceto demonstrar ainda mais como os Estados Unidos armam as tarifas para coagir e intimidar os outros.
"A China não quer lutar nessas guerras, mas também não temos medo delas", disse o porta-voz, observando que as guerras tarifárias e comerciais não têm vencedores.
"Se os Estados Unidos continuarem a jogar esse jogo de números com tarifas, serão simplesmente ignorados. Mas se os Estados Unidos continuarem a infligir danos reais aos direitos e interesses da China, a China responderá com contramedidas resolutas e manterá nossa posição até o fim", disse o porta-voz.
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