Mulheres ainda enfrentam desafios para alcançar maior equidade no comércio exterior brasileiro

MDIC realiza segunda edição do estudo sobre a participação de mulheres no comércio exterior

Mulheres ainda enfrentam desafios para alcançar maior equidade no comércio exterior brasileiro
Mulheres ainda enfrentam desafios para alcançar maior equidade no comércio exterior brasileiro

Agência Gov | Via Mdic - 01/04/2025 10:09:59 | Foto: MDIC

As mulheres estão conquistando mais espaço no comércio exterior brasileiro, mas ainda enfrentam desafios para alcançar maior equidade. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulga nesta segunda-feira (31/3), a segunda edição do estudo Mulheres no Comércio Exterior – Uma análise para o Brasil , que mostra que a participação feminina tem crescido mais entre empresas exportadoras e importadoras do que entre as empresas que atuam apenas no mercado doméstico.

A primeira edição do estudo, lançada em 2023, trouxe diagnóstico inédito sobre o tema no país. A segunda edição ampliou a abordagem do estudo ao investigar novos aspectos da relação entre gênero e comércio, incluindo dados de liderança.

“O MDIC está atento à evolução da participação feminina no comércio exterior. E, por isso, investe no estudo para identificar políticas públicas que estimulem a maior diversidade no setor”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.

No período avaliado pelo estudo, o percentual de mulheres nas empresas exportadoras subiu de 29,2% para 31,8%, e nas importadoras, de 32,5% para 34,7%. No mercado interno, o crescimento foi mais modesto, passando de 40% para 40,6%. Apesar do avanço, apenas 14,5% das exportadoras têm maioria feminina no quadro societário, e somente 2% do total exportado pelo Brasil vêm de empresas lideradas por mulheres.

“A redução das barreiras enfrentadas por mulheres empreendedoras e trabalhadoras pode impulsionar a diversificação das exportações brasileiras, aumentar a competitividade das empresas e fortalecer o crescimento econômico sustentável”, destacou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. “Ao trazer novos dados e análises sobre a inserção feminina no comércio exterior, o estudo contribui para o desenho de políticas públicas que ampliem a equidade de gênero no setor”, completou.

O novo estudo foi feito com base em microdados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Receita Federal do Brasil (RFB). Em 2022, último ano da série histórica com dados de emprego disponíveis, cerca de 3 milhões de mulheres trabalhavam nas empresas exportadoras ou importadoras brasileiras.

O estudo também revelou que as empresas que atuam no comércio exterior pagam salários mais elevados às mulheres em comparação com as firmas que atuam apenas no mercado interno, mas a desigualdade salarial ainda é significativa. Embora as empresas exportadoras e importadoras paguem, em média, salários mais altos, as mulheres ainda recebem de 23% a 27% menos que os homens nessas firmas. Para cargos de direção, a diferença salarial é menor no comércio exterior (26%) do que no mercado doméstico (53%).

O estudo mostrou ainda que a presença de mulheres em cargos de liderança nas exportadoras (22,5%) e importadoras (22,6%) é inferior à observada nas empresas voltadas ao mercado interno (38,6%). Justamente nesse espírito, o MDIC tem promovido ações para fortalecer a presença feminina no comércio exterior. Em parceria com a ApexBrasil, lançou o programa Elas Exportam, que incentiva o empreendedorismo feminino nas exportações. O tema também foi incluído na agenda do G20 sob a presidência brasileira em 2024 e também foi contemplado no acordo Mercosul-União Europeia, concluído em dezembro de 2024, reforçando o compromisso do Brasil com a equidade de gênero no comércio internacional.

Algumas alterações no estudo foram necessárias em função de mudança metodológica feita pelo MTE na apuração dos dados da RAIS.

Confira o estudo completo AQUI.

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