Líder da ONU afirma que Direitos Humanos estão sob ataque

António Guterres alerta para negligência com direito internacional.

Líder da ONU afirma que Direitos Humanos estão sob ataque
Líder da ONU afirma que Direitos Humanos estão sob ataque

Foto: ONU/Loey Felipe

António Guterres alerta para negligência com direito internacional.

Agência Onu News Brasil - 11/12/2024 18:56:41 | Foto: ONU/Loey Felipe

Em mensagem para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, neste 10 de dezembro, o secretário-geral da ONU alertou que “milhões de pessoas estão presas na pobreza, fome e em sistemas de saúde e educação precários”.

António Guterres enfatizou que todos os direitos humanos são “indivisíveis”, sejam eles econômico, sociais, cívicos, culturais ou políticos. O líder da ONU lembrou que “quando um direito é prejudicado, todos os demais são prejudicados”.

Direitos Humanos sob ataque
Ele ressaltou a importância de defender todos os direitos, sempre, com o objetivo de “sarar divisões e construir a paz”, mas afirmou que a “dura verdade” é que os direitos humanos “estão sob ataque”.

Guterres declarou que o mundo passa por um momento onde o direito internacional é “deliberadamente ignorado”, o autoritarismo se movimenta e o discurso de ódio alimenta “discriminação, divisão e violência total”.

O secretário-geral lembrou que Pacto para o Futuro, adotado pelos Estados-membros da ONU em setembro, reforçou o compromisso com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Ele insistiu que esse compromisso deve se traduzir em “proteger e defender todos os direitos humanos para todas as pessoas”.

Indiferença com vidas civis
Na véspera do Dia Internacional, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, enfatizou que o custo humano da guerra é “incalculável”.

Falando a jornalistas em Genebra, ele disse que 2024 foi marcado por números horríveis de mortes e ferimentos graves em conflitos, no campo de batalha ou fora.

Turk ressaltou que “o desrespeito ao direito internacional e a aparente indiferença com vidas civis” são evidentes no conflito em Israel, no Território Palestino Ocupado e no Líbano, bem como na Ucrânia, no Sudão e em Mianmar.

Contenção do fluxo de armas
O alto comissário defendeu que é preciso “conter o fluxo de armas para o Haiti, Sudão e Mianmar; notificar aqueles que fornecem armas, incluindo para Israel e atores armados não estatais no Líbano, na Síria, e nos Territórios Palestinos”.

Turk esclareceu que o direito internacional exige que os Estados tenham cuidado para que as armas que fornecem não sejam usadas para cometer violações.

Se referindo ao conflito na Ucrânia, ele afirmou que é inaceitável e ilegal o fornecimento e uso de minas antipessoais, bem como a redução do limite para o uso de armas nucleares.

Campanhas de desinformação patrocinadas por Estados
O alto comissário destacou os desenvolvimentos na Síria, onde disse que o regime foi afastado do poder após décadas de “repressão brutal e após quase 14 anos de conflito implacável”.

Segundo ele, os direitos humanos de todos os sírios devem ser prioridade de qualquer transição, por meio de participação significativa e inclusiva, com especial atenção para mulheres e jovens.

O chefe de Direitos Humanos também alertou para a disseminação viral de desinformação em plataformas sociais e em algumas mídias tradicionais, incluindo campanhas patrocinadas e financiadas por Estados.

De acordo com ele, essa tendência está “semeando divisões e ódio” e gerando falta de credibilidade em defensores dos direitos humanos, no jornalismo independente e nas instituições internacionais.

Turk concluiu dizendo que os direitos humanos não são ideias ou ideologias abstratas e sim “baseados em fatos, na lei e na compaixão”, incorporando necessidades e esperanças da humanidade.

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