Casa de amigo ou parente é principal tipo de hospedagem do viajante brasileiro
Foto: Praia de Antunes em Maragogi, Alagoas Foto: Marco Ankosqui / banco de imagens MTur Destinos
Casa de amigo ou parente é principal tipo de hospedagem do viajante brasileiro
Leonardo Vieceli - Rio De Janeiro, Rj (folhapress) - 14/09/2024 16:42:53 | Foto: Praia de Antunes em Maragogi, Alagoas Foto: Marco Ankosqui / banco de imagens MTur Destinos
Em retomada após a pandemia, os gastos turísticos nas viagens nacionais com pernoite alcançaram R$ 20,1 bilhões em 2023, indicam dados divulgados nesta sexta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O montante teve um salto de 78,6% na comparação com 2021, o ano anterior da série histórica. Na ocasião, os gastos haviam despencado a R$ 11,3 bilhões, sob impacto das restrições a viagens na crise da Covid-19.
Os dados integram um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento não foi realizado em 2022 porque não houve renovação do convênio do IBGE com o Ministério do Turismo à época, segundo o instituto.
"A pandemia de Covid-19 influenciou significativamente os padrões de turismo nos anos de 2020 e 2021, com redução acentuada no número de viagens. Em 2023, observou-se uma recuperação, com 19,8% dos domicílios reportando viagens, em contraste com 13,9% e 12,7% nos anos pandêmicos", afirmou o IBGE.
A pesquisa também estima o gasto por pessoa nas viagens nacionais com pernoite. Por dia, essa média foi de R$ 243 no Brasil em 2023, acima dos R$ 233 do ano anterior.
Entre as unidades da Federação, o destino com o maior gasto médio por dia foi Alagoas: R$ 366. Distrito Federal (R$ 342) e Rio de Janeiro (R$ 332) apareceram na sequência.
O Amapá, por outro lado, foi o destino com o menor gasto médio (R$ 111), seguido por Pará (R$ 151) e Amazonas (R$ 153) -veja lista abaixo.
William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, associou os resultados a questões de oferta e demanda. Ele avaliou que locais com gastos maiores têm tradição turística e costumam atrair visitantes, o que pode pressionar os preços.
"Alagoas é um um estado altamente turístico, com muitos resorts. O Distrito Federal, quem costuma viajar, sabe que não é barato. Os hotéis são caros. O Rio de Janeiro é referência de turismo no Brasil", disse.
A Pnad também levantou informações sobre o setor em 2019, antes da pandemia. O IBGE, contudo, desaconselha a comparação direta desse período com os demais da série (2020, 2021 e 2023) devido a mudanças no intervalo da coleta das informações ao longo dos três últimos anos.
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GASTO DIÁRIO POR PESSOA EM VIAGENS NACIONAIS, SEGUNDO DESTINO, EM R$
Alagoas - 366
Distrito Federal - 342
Rio de Janeiro - 332
Ceará - 321
Pernambuco - 308
Mato Grosso - 282
Santa Catarina - 277
Bahia - 277
Rio Grande do Norte - 272
Nordeste - 266
São Paulo - 262
Espírito Santo - 260
Sudeste - 259
Sul - 253
Centro-Oeste - 252
Rio Grande do Sul - 246
Paraná - 243
Brasil - 243
Goiás - 229
Mato Grosso do Sul - 229
Tocantins - 222
Rondônia - 222
Acre - 219
Piauí - 210
Paraíba - 206
Minas Gerais - 204
Sergipe - 203
Roraima - 170
Maranhão - 165
Norte - 165
Amazonas - 153
Pará - 151
Amapá - 111
Fonte: IBGE
Casa de amigo ou parente é principal tipo de hospedagem do viajante brasileiro
LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A casa de amigos ou parentes representa o principal tipo de hospedagem dos brasileiros em viagens. A conclusão é de uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2023, a casa de amigos ou parentes foi o tipo de hospedagem utilizado em 41,8% de um total de 21,1 milhões de viagens identificadas pelo órgão. Os dados integram um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
A categoria "outro" somou 26,2% das viagens. Essa opção, contudo, envolve endereços diversos, como albergue, hostel e camping, ou até a ausência de hospedagem. Hotel, resort ou flat, com 18,1% do total de viagens, veio na sequência.
HOSPEDAGEM VARIA CONFORME RENDA
Segundo a pesquisa, o tipo de hospedagem varia de acordo com o perfil de renda das famílias. A casa de amigos ou parentes é o meio utilizado sobretudo por visitantes com rendimento per capita menor.
Entre os grupos de renda inferior a meio salário mínimo e de meio salário mínimo a menos de um, essa opção foi registrada em 44,2% e 46,8% das viagens, respectivamente.
Já entre as pessoas com rendimento per capita maior, de quatro salários mínimos ou mais, o principal tipo de hospedagem foi hotel, resort ou flat (37,3%).
BUSCA POR SOL E PRAIA
O levantamento ainda traz outros recortes. Um deles mostra que, entre as viagens pessoais por motivo de lazer, a principal busca é por sol e praia. Em 2023, essa opção respondeu por 46,2% do total.
O percentual relativo a sol e praia, contudo, diminuiu na comparação com os anos anteriores da série histórica. Era de 48,7% em 2021 e de 55,6% em 2020. A pesquisa não foi realizada em 2022.
A busca por cultura e gastronomia vem aumentando ao longo da série. Em 2023, respondeu por 21,5% das viagens de lazer, acima de 16% em 2021 e 15,5% em 2020.
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