Conselho Nacional de Justiça investe em ações na luta pela igualdade de gênero

Luta internacional

Conselho Nacional de Justiça investe em ações na luta pela igualdade de gênero
Conselho Nacional de Justiça investe em ações na luta pela igualdade de gênero

Agência Cnj De Notícias - 09/03/2025 07:49:44 | Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, e ao Dia Nacional das Juízas, em 10 de março, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) intensifica suas ações para promover a igualdade de gênero. Com a implementação do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero e outras ações realizadas por meio de parcerias, o CNJ busca combater a discriminação e a violência contra as mulheres, garantindo um julgamento mais justo e equitativo.

As diversas iniciativas, que incluem resoluções, recomendações, protocolos, datas comemorativas e prêmios — como o Prêmio CNJ Juíza Viviane Vieira do Amaral — reforçam o compromisso do órgão em ampliar a representatividade feminina e assegurar um ambiente mais inclusivo e transparente no Judiciário. No âmbito das ações mais recentes, o Conselho vai lançar um novo painel com dados processuais sobre medidas protetivas relativas à violência doméstica e ao feminicídio — Monitoramento da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

O Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, que completa quatro anos em 2025, orienta juízes a considerar as desigualdades e as vulnerabilidades específicas de gênero no julgamento de processos. Por meio do protocolo, o Conselho Nacional de Justiça assegura mais igualdade no tratamento das partes envolvidas, combatendo estereótipos e preconceitos. Com o protocolo, tribunais refletem de forma mais justa a realidade das mulheres e de suas experiências de discriminação e violência.

Sinais de alerta

palma da mão com x em vermelho

Fonte: arquivo CNJ

Durante o isolamento social, provocado pela pandemia de covid-19, os casos de feminicídio aumentaram 22,2% em 2020 comparado ao mesmo período de 2019. O contexto social levou o CNJ e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) a lançarem a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, em junho de 2020. A campanha permite que mulheres peçam ajuda em estabelecimentos comerciais como farmácias e agências bancárias e até mesmo em órgãos públicos, desenhando um sinal em formato de X na palma da mão. A ação é apoiada por cerca de 15 mil farmácias, prefeituras, órgãos do Judiciário e agências do Banco do Brasil, que acionam a polícia ao verem o símbolo. Em 2021, a campanha virou lei federal e vigora até hoje em todo o país.

Em 2024, o programa Ação para Meninas e Mulheres do Marajó para combater a violência contra mulheres e a exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, no Pará, buscou fortalecer o acesso à Justiça e conscientizar a população sobre as formas de violência. Coordenado pela ouvidora da Mulher do CNJ, conselheira Renata Gil, o programa é resultado de um Acordo de Cooperação Técnica entre o CNJ, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Governo do Pará e o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). Durante a visita aos 17 municípios do arquipélago, foram implementadas ações de suporte no julgamento de processos relacionados à violência doméstica e crimes contra crianças, com o apoio do Grupo de Assessoramento e Suporte (GAS) do TJPA.

Criado pelo CNJ e pelo CNMP, o Formulário Nacional de Avaliação de Risco é uma ferramenta desenvolvida para identificar e prevenir a escalada da violência doméstica e familiar contra a mulher. Com 27 perguntas, ele mapeia a situação da vítima, do agressor e o histórico de violência, permitindo uma atuação protetiva eficaz do estado. Sua aplicação evita a revitimização e contribui para a proteção das mulheres, reduzindo o risco de feminicídio.

O Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid), de 2009, é uma parceria com o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). O objetivo do Fonavid é garantir a efetividade da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), promovendo ações para prevenir e combater a violência doméstica e familiar contra a mulher. O Fórum facilita a troca de experiências e o aprimoramento entre magistrados e magistradas e equipes multidisciplinares, contribuindo para a participação ativa em políticas públicas relacionadas ao tema.

Luta internacional

Os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, inspirados nos 16 Dias de Ativismo estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), refletem sobre a violência de gênero e suas vulnerabilidades, ao lembrar da luta e da morte das irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, vítimas do regime ditatorial de Rafael Trujillo na República Dominicana, em novembro de 1960. Além disso, o CNJ alinha suas ações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 5, que busca eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas, além de promover a igualdade de gênero.

Texto: Ana Moura
Edição: Beatriz Borges
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias

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