Brasil se torna membro do CERN, laboratório que abriga maior colisor de partículas do mundo

Ao se tornar membro, o Brasil será o primeiro país das Américas a fazer parte do centro que também deu origem à World Wide Web.

Brasil se torna membro do CERN, laboratório que abriga maior colisor de partículas do mundo
Brasil se torna membro do CERN, laboratório que abriga maior colisor de partículas do mundo

Agência Sputnik News Brasil - 24/03/2024 07:32:14 | Foto: Creative Commons/Cern

Após 14 anos de tratativas, o Brasil tornou-se membro associado do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN, na sigla em francês), anunciou na sexta-feira (22) o maior laboratório de física da Europa.

O laboratório é responsável pela operação do maior colisor de partículas do mundo, palco de uma das grandes descobertas da história da física: o bóson de Higgs, apelidado de "partícula de Deus".

Ao se tornar membro, o Brasil será o primeiro país das Américas a fazer parte do centro que também deu origem à World Wide Web.

A relação entre o país sul-americano e o centro remonta a 1990, com a assinatura de um Acordo de Cooperação Internacional, permitindo que pesquisadores brasileiros participassem do experimento DELPHI no Large Electron-Positron Collider (LEP).

Na última década, a comunidade experimental de física de partículas do Brasil dobrou de tamanho, ressalta o CERN em um comunicado.

Sendo agora membro associado, "o Brasil tem o direito de nomear representantes para participar das reuniões do Conselho do CERN e do Comitê de Finanças. Os seus cidadãos são elegíveis para se candidatarem a cargos de duração limitada e aos programas de pós-graduação do CERN, e a sua indústria tem o direito de concorrer a contratos do CERN, aumentando as oportunidades de colaboração industrial em tecnologias avançadas", diz o laboratório.

No ano passado, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, visitou o centro em Genebra, com uma delegação de deputados, segundo o jornalista Jamil Chade no UOL.

Em coletiva depois da visita, a chefe da pasta rebateu críticos que questionam o uso dos recursos para um projeto no exterior.

Ciência e sociedade

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Estima-se que o Brasil terá de pagar cerca de US$ 12 milhões (R$ 59,4 milhões) por ano para formalizar a participação.

Mas segundo Santos, a adesão vai permitir que a indústria nacional possa entrar em um mercado milionário e fornecer tecnologia. Ainda de acordo com a ministra, o CERN oferece hoje contratos U$S 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) e o Brasil quer uma fatia disso, relata o jornalista.

No caso, 70% da contribuição brasileira seria revertida em contratos do organismo internacional a empresas nacionais. "A adesão abre muitas possibilidades para a indústria brasileira", afirmou Santos.

O laboratório do CERN, nos arredores de Genebra, fica na fronteira entre a França e a Suíça e emprega cerca de 2.500 pessoas de todo o mundo. Fundado em 1954, o CERN tem 23 Estados-membros: 22 da Europa, mais Israel.

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