MPF fecha acordo para evitar uso de internet da Starlink por garimpo ilegal na Amazônia

Empresa de Elon Musk se comprometeu a rastrear uso de internet para crimes.

MPF fecha acordo para evitar uso de internet da Starlink por garimpo ilegal na Amazônia
MPF fecha acordo para evitar uso de internet da Starlink por garimpo ilegal na Amazônia

Portal Bdf - 01/08/2025 07:20:08 | Foto: Em 2022, o entçao presidente Jair Bolsonaro e Elon Musk discutiram a expansão da Starlink na região amazônica - Casa Civil/Governo Federal

O Ministério Público Federal (MPF) assinou nesta semana um acordo com a Starlink, provedora de internet via satélite do bilionário Elon Musk, para coibir o uso dos serviços da empresa no garimpo ilegal na Amazônia. O acordo é o primeiro firmado com a empresa de Musk para combate a crimes ambientais.

Segundo ele, a partir de janeiro do ano que vem, a Starlink vai exigir documentos de identificação e comprovante de residência de todos os novos usuários que solicitarem seu serviço na região da Amazônia Legal. A medida visa facilitar o rastreamento de equipamentos utilizados em atividades criminosas em áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação.

O acordo também estabelece que a empresa forneça dados cadastrais e de geolocalização de terminais detectados em áreas sob investigação, sempre que solicitado pelo MPF ou pela Polícia Federal (PF). Em casos comprovados de uso ilícito, a Starlink se compromete a bloquear imediatamente os serviços e impedir novas contratações com os mesmos dados.

Por conta dessa obrigação assumida pela Starlink, aliás, a empresa vai incluir em novos contratos fechados duas cláusulas sobre o cancelamento de seus serviços caso ele esteja sendo utilizado para crimes.

“A iniciativa estabelece medidas concretas de rastreabilidade, controle e bloqueio de usuários que utilizam o serviço da empresa para viabilizar atividades criminosas em áreas sensíveis da floresta, especialmente em terras indígenas e unidades de conservação”, informou o MPF, em comunicado sobre o termo.

O acordo também permitirá a transferência ágil da titularidade de terminais confiscados em operações policiais. Com isso, órgãos públicos poderão reutilizar os equipamentos em suas próprias ações de fiscalização

O termo tem vigorará, inicialmente, por dois anos. O procurador da República André Porreca, responsável pelo 2º Ofício da Amazônia Ocidental do MPF, disse que ele vai atacar uma facilidade que transformou a dinâmica do garimpo na Amazônia.

“O uso da internet via satélite transformou a logística do garimpo ilegal. Essa nova realidade exige resposta jurídica proporcional. A partir deste acordo, a conectividade em áreas remotas passa a ser também instrumento de responsabilidade ambiental e respeito à soberania”, afirmou Porreca.

Editado por: Thalita Pires

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