Mercado livre de energia: Solução para um setor mais competitivo e eficiente

Para aumentar a geração de energia por fontes mais sustentáveis, é preciso mais investimentos, uma legislação que dê segurança jurídica aos investidores e liberalização do mercado livre para ganhar competitividade.

Mercado livre de energia: Solução para um setor mais competitivo e eficiente
Mercado livre de energia: Solução para um setor mais competitivo e eficiente

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Para aumentar a geração de energia por fontes mais sustentáveis, é preciso mais investimentos, uma legislação que dê segurança jurídica aos investidores e liberalização do mercado livre para ganhar competitividade.

*por Claudio Ribeiro - 27/10/2021 09:40:42 | Foto: Divulgação

O período de seca dos últimos meses, sem o registro de chuvas significativas nos reservatórios de todo o país, reacendeu o debate no setor elétrico sobre a matriz energética brasileira. Será que vamos depender eternamente das hidrelétricas? Não é possível investir em outras fontes limpas de energia e ter um sistema mais eficiente? Ou vamos precisar sempre recorrer às térmicas?

O País passa por um momento crítico, o que abre espaço para discussões extremamente necessárias, como o bom uso das matrizes energéticas, tecnologia aplicada ao setor elétrico, novas oportunidades ao consumidor e preços não abusivos. É preciso olhar todos esses pontos e buscar por uma solução mais eficiente, que acarrete um sistema moderno de norte a sul do país, com tarifas a preço justo.

O Brasil tem um imenso potencial para energia renovável e é possível dar mais eficiência a todo sistema que já temos. O primeiro passo é incentivar a geração de energia limpa, como eólica e solar. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em setembro de 2021, de toda a geração de energia no país, apenas 10% foi proveniente de usinas eólicas e míseros 2% de usina solar fotovoltaica; as fontes hídricas correspondem a quase 60%.

Para aumentar a geração de energia por fontes mais sustentáveis, é preciso mais investimentos, uma legislação que dê segurança jurídica aos investidores e liberalização do mercado livre para ganhar competitividade.

Os investimentos via mercados de capitais têm sido uma alternativa importante para essa nova onda que se inicia no setor energético, pois possibilitou a entrada da 2W Energia no setor de produção de energia limpa. Estamos construindo nosso primeiro parque eólico localizado no Rio Grande do Norte, e início de projeto do segundo localizado no Ceará

É importante ressaltar que a liberalização do mercado livre traz mais benefícios aos consumidores, pois acarreta em um mercado mais competitivo e eficiente, com mais oferta e uma energia mais limpa, promovendo um sistema mais sustentável com uma conta de luz mais barata.

E, se dentro deste sistema, tivermos condições de aproveitar toda energia produzida, redistribuindo o que for excedente de um ou de outro lado, balanceando produção versus consumo, seria o ideal.

O Brasil está em risco iminente de racionamento de energia e, até mesmo, de um apagão, por conta das secas dos reservatórios, o que eleva a cada dia os preços da energia. Grandes corporações estão investindo na autoprodução de energia para garantir o próprio abastecimento, e isso acontece porque as empresas buscam alternativas para baratear o gasto na conta de luz. Hoje, parte dos consumidores acredita no equilíbrio entre mercado livre a e geração de parte de sua demanda.

A partir do momento em que existe um sistema eficiente, é possível organizar o uso das diferentes matrizes energéticas. Afinal, a energia solar só é gerada durante o dia e os ventos também não geram energia a todo o momento. Quando se tem uma organização das fontes de energia, não há sobrecarga em nenhuma das matrizes, pois o Operador Nacional do Sistema poderia direcionar o tipo de energia a ser consumido em determinado horário, aproveitando cada fonte energética de acordo com a necessidade do sistema.

Esse modelo já é usado na Europa há muito tempo. Lá, a liberalização do mercado de energia está ao acesso de todos, como acontece em países como Inglaterra e Portugal, por exemplo. Consumidores comuns, aqueles que chamamos de mercado cativo, compram a energia de forma muito simples, por meio de aplicativo.

A 2W Energia vem trabalhando em soluções para que pequenas e médias empresas possam fazer essa migração para o mercado livre de energia. A experiência nos mostra que consumidores que migraram para o mercado livre têm obtido excelentes resultados, com diminuição dos gastos na conta de luz e chancela da sustentabilidade com o consumo verde. Isso pode ser estendido a todos os clientes.

O Brasil avançou bastante nos últimos 20 anos no setor de energia elétrica, caminha para uma liberalização do setor de energia, mas ainda temos muito a fazer. A crise veio nos lembrar que o tema é urgente e precisa estar na pauta governamental o quanto antes. Ou vamos esperar

*Claudio Ribeiro é CEO da 2W Energia

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