Em quatro anos, segurança pública em Brasília perdeu quase 5 mil servidores

Metade dos policiais civis deixaria a instituição

Em quatro anos, segurança pública em Brasília perdeu quase 5 mil servidores
Em quatro anos, segurança pública em Brasília perdeu quase 5 mil servidores

Foto: Reprodução

Metade dos policiais civis deixaria a instituição

Por Ana Maria Campos - Correio Braziliense - 10/02/2019 09:35:53 | Foto: Reprodução

Entre 2015 e 2018, o Distrito Federal perdeu 4.748 servidores das forças de segurança pública, o que corresponde a 17,2% do efetivo. O maior desfalque ocorreu na Polícia Militar, que conta com 3.888 integrantes a menos, ou seja, 25,7%. Significa que um em cada quatro PMs foi para a reserva nesse período. Entre os bombeiros militares, a perda foi de 10,5%. Menos 649 servidores em quatro anos. A Polícia Civil ficou com 137 policiais a menos, com 2,8% de perda, e no Detran, a redução foi de 74 agentes de trânsito, ou seja, 5%. Os dados constam de diagnóstico da Segurança, concluído neste mês pela Secretaria de Segurança Pública. O medo da reforma da Previdência foi o que mais motivou as aposentadorias, segundo avaliação dos policiais.

Metade dos policiais civis deixaria a instituição

O diagnóstico também mostrou o grau de satisfação dos servidores das forças de segurança com o trabalho. Na Polícia Civil, 47,7% disseram que gostariam de sair da instituição assim que surgir uma oportunidade. Entre os servidores que atuam em presídios, 46,8% pensam assim. Bem diferente do que ocorre no Corpo de Bombeiros, em que 69,5% querem cumprir o tempo de serviço e se aposentar na corporação. Apenas 17,5% querem trocar de carreira. Na PM, 32,5% gostariam de mudar. No Detran, são 33,4%. Os dados são referentes ao período de 2015 a 2018.

Melhor remuneração

Entre as principais demandas dos policiais civis estão uma melhor remuneração (32,8%), programas de saúde (24,8%) e cursos de treinamento (19,5%). Para 71,4% dos servidores da área do sistema penitenciário, a contratação de efetivo é a principal reivindicação. Mas 56,6% consideram o salário o maior problema. Na PM, 24% apontam a necessidade de políticas de ascensão profissional como principal demanda.

Mais concorrência política

A eleição para escolha de administradores regionais é um tema que surge em todos os governos e nunca vira realidade. Era uma das principais bandeiras de Rodrigo Rollemberg (PSB) e não foi cumprida, embora ele tenha enviado um projeto tratando de regras para vigorar nas eleições de 2022. Agora o governador Ibaneis Rocha (MDB) toma a iniciativa de encaminhar à Câmara Legislativa proposta de eleição de uma lista sêxtupla para a escolha do representante de cada cidade. Só o tempo dirá se essa é uma prioridade para a atual gestão e se os deputados distritais, que têm o hábito de apadrinhar administradores, vão topar. O modelo acaba incentivando o surgimento de lideranças políticas nas regiões administrativas, aumentando a concorrência.

Com a intervenção do presidente

O governador Ibaneis Rocha recorreu ao presidente Jair Bolsonaro para conseguir uma reunião com o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães. A demora na audiência foi resolvida depois que Bolsonaro acionou o ministro da Economia, Paulo Guedes, que entrou no circuito e determinou que o subordinado recebesse Ibaneis.

Mandou bem

Pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, criminaliza o caixa dois, uma “trapaça” tratada com naturalidade pelos políticos.

Mandou mal

A queda do viaduto da Galeria dos Estados completou um ano na semana passada e a recuperação da obra na área central de Brasília ainda não foi concluída.

Enquanto isso... Na sala de Justiça

É do juiz Fábio Esteves, presidente da Associação dos Magistrados do DF e titular da Vara Criminal e Tribunal do Júri do Núcleo Bandeirante, a segunda condenação do ex-deputado Alberto Fraga (DEM/DF) por concussão, que saiu na sexta-feira. O crime é relacionado à exigência de vantagem de cooperativa de transporte quando Fraga era secretário de Transportes. Durante a campanha, Esteves já havia condenado Fraga em outro processo, o que motivou a ira do então candidato a governador. Fraga disse que a decisão ocorreu por Esteves ser “ativista LGBT”. Foi assim que ele começou a cair na disputa pelo Palácio do Buriti.

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Condenação convertida em benefício social

As Promotorias de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) do Ministério Público do DF estão destinando recursos obtidos com penalidades decorrentes de ações por improbidade administrativa em benefício da população. Uma condenação do ex-senador Luiz Estevão resultou na transferência de R$ 1 milhão para a reforma de 11 escolas públicas do DF.

 (Reprodução/CB/D.A Press)

Benefício sem esforço

Condenado a nove anos de prisão em regime fechado, o líder da Máfia dos Concursos, Hélio Ortiz, entrou com um pedido inusitado na Vara de Execuções Penais. Ele quer abater na pena todos os dias em que está preso como trabalhados, mesmo sem ter realizado nenhum serviço na penitenciária. O argumento é de que, se não houve labuta, é porque o Estado não promoveu a estrutura para que o preso produzisse. Receber um benefício por trabalho não desempenhado é quase como passar em concurso sem estudar. A Justiça negou o pedido de Ortiz por falta de embasamento legal.

 (Renato Alves/Agência Brasília)

Flamenguista

Um dia depois da tragédia no Ninho do Urubu, o governador Ibaneis Rocha (MDB) cumpriu agenda ontem com o uniforme do Flamengo.


Só papos

 (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)

“A nossa ideia é dar gratuidade a quem precisa. Tudo o que é gratuidade alguém está pagando a conta e não é o Estado que está pagando a conta. Quem está pagando a conta é o cidadão que coloca dinheiro nos cofres do Estado”.

Governador Ibaneis Rocha (MDB), sobre mudanças propostas no passe livre estudantil

 (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)

“A cidade está em pé de guerra desde que o GDF anunciou o fim do passe. É preciso lembrar que a gratuidade nasceu da vontade dos estudantes”

Deputado distrital Chico Vigilante (PT)

À QUEIMA-ROUPA

 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)


Deputada federal Flávia Arruda (PR/DF)

“O governo Arruda criou o passe livre estudantil. Foi um avanço. Mas hoje realmente tem excessos e fraudes, que sangram o sistema”

Como foi a estreia na Câmara dos Deputados?

Estou muito motivada. O trabalho está só começando, mas sinto uma boa energia. Tenho tido uma ótima relação com deputadas e deputados de todos os estados e de diferentes linhas ideológicas. Também tenho procurado aprender com os mais experientes. O convívio com a bancada do DF e com a bancada feminina, em particular, está sendo muito positivo.

Votou em Rodrigo Maia (DEM/RJ) para presidente?

Votei e trabalhei pelo Rodrigo Maia, nosso amigo pessoal e um líder experiente e equilibrado para conduzir a Casa nessa fase difícil e importante para o país. Essa eleição da mesa diretora também teve especial empenho meu em lutar pela vitória da deputada Soraya Santos na primeira secretaria, a primeira mulher a ocupar o cargo na história da Câmara. A força e o protagonismo da bancada feminina serão marcantes nesta legislatura.

Qual a sua avaliação sobre o projeto anticrime do ministro Sergio Moro?

Vamos aguardar chegar o texto definitivo na Câmara. Algo tem que ser feito para diminuir a criminalidade no Brasil, mas sem retrocesso nos direitos humanos.

Tem alguma medida do pacote que você considere mais importante?

Não vou me precipitar. Vamos aguardar o texto oficial e as discussões na Câmara, que serão muito ricas.

Já apresentou seu primeiro projeto de lei?

Apresentei os três primeiros: um que define melhor o alimento integral, que visa melhorar o padrão alimentar; outro que proíbe o contigenciamento do Fundo da Criança e do Adolescente; e o que institui o dia nacional de conscientização das doenças crônicas, que é um campo no qual temos muito para avançar.

Qual é a sua opinião sobre o projeto Escola sem Partido que será discutido na Câmara?

Sou favorável a uma escola laica e sem influências políticas, mas não concordo com nenhum tipo de patrulhamento sobre os professores. É um texto que, na minha visão, merecerá ajustes para evitar excessos e qualquer tipo de censura.

Sobre o governo atual, o governador Ibaneis tem acertado ou errado mais?

O governador Ibaneis tem uma enorme vontade de fazer, tem trabalhado muito e isso é muito positivo. Quem trabalha pode até cometer um ou outro erro, o que é muito melhor que a omissão.

Acha justo restringir o passe livre estudantil?

O governo Arruda criou o passe livre estudantil. Foi um avanço. Mas hoje realmente tem excessos e fraudes, que sangram o sistema e têm que ser corrigidos. É preciso avançar na fiscalização, no atendimento e controle dos benefícios concedidos ao usuário do transporte público. O Valter (Casimiro) é um excelente secretário, já foi ministro e saberá buscar as correções no sistema.

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