Trabalhadores com formação superior estão presentes em 63,4% das empresas; cerca de 43,5% das empresas relatam dificuldades para contratar, especialmente pela falta de candidatos qualificados e com experiência
Foto: This_is_Engineering/Pixabay
Trabalhadores com formação superior estão presentes em 63,4% das empresas; cerca de 43,5% das empresas relatam dificuldades para contratar, especialmente pela falta de candidatos qualificados e com experiência
Agência Brasília* | Edição: ígor Silveira - 29/11/2024 09:59:13 | Foto: This_is_Engineering/Pixabay
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal apresentou, de maneira inédita, a Pesquisa Distrital por Amostra de Empresas (Pdae) de 2023, na tarde desta quinta-feira (28). A nova pesquisa traz uma visão ampla do mercado empresarial no Distrito Federal, analisando empresas dos setores de comércio, serviços, construção civil, indústria e agropecuária, abrangendo micro, pequenas, médias e grandes empresas. Os resultados destacam desafios e oportunidades que podem guiar o desenvolvimento de políticas públicas e ações estratégicas para melhorar o mercado de trabalho e fortalecer a economia local.
Os jovens com até 29 anos representam uma parcela significativa do mercado de trabalho, com destaque para o setor de comércio, onde compõem 40,3% da força de trabalho. O setor de serviços também apresenta alta participação, com 37,2%, seguido pela indústria, com 35,9%.
Trabalhadores com formação superior estão presentes em 63,4% das empresas, enquanto 46,1% possuem funcionários com qualificação técnica. Apesar de estagiários estarem presentes em 18% das empresas, apenas 6,8% contam com trainees, que demandam maior qualificação.
A contratação é predominantemente feita por indicações de pessoas da própria empresa (62,7%) ou externas (37,8%). Ferramentas digitais, como sites de vagas (29%) e redes sociais (21,2%), ganharam espaço, mas métodos institucionais, como o Sine, têm baixa adesão, com apenas 9,7% das empresas utilizando essa plataforma.
Cerca de 43,5% das empresas relatam dificuldades para contratar, especialmente pela falta de candidatos qualificados (61,4%) e com experiência (52,9%). Funções de vendedores, atendentes, motoristas e profissionais de TI, por exemplo, são as mais difíceis de preencher, indicando uma lacuna entre a formação disponível e as demandas do mercado.
Poucas empresas adotam práticas de inclusão e diversidade. Apenas 17,6% possuem programas voltados para esses temas, iniciativas mais comuns em grandes empresas (69,5%), enquanto microempresas apresentam baixa adesão (13,2%).
Manter profissionais qualificados também é um desafio para 21,4% das empresas, principalmente por questões comportamentais, ou falta de preparo técnico. O comportamento inadequado foi apontado como a principal razão para dificuldades na retenção.
Empresas têm investido em treinamentos internos, com 60,2% das participantes adotando essa estratégia para mitigar lacunas de habilidades. Entre as principais deficiências estão o trabalho em equipe, a comunicação e o atendimento ao cliente. Apesar disso, 70% das empresas se declararam satisfeitas com a formação de seus funcionários, especialmente nos níveis superiores.
O teletrabalho ainda é pouco explorado no DF. Apenas 14,1% das empresas adotam regimes híbridos ou remotos, com maior adesão entre as grandes empresas. A principal justificativa para a baixa adesão é a natureza presencial das atividades, ou a percepção de maior eficiência no trabalho presencial.
A pesquisa destaca a necessidade de alinhar melhor a formação técnica e superior às demandas do mercado de trabalho. Investimentos em capacitação profissional, ampliação de programas de inclusão e diversificação das estratégias de recrutamento são essenciais para superar as dificuldades relatadas pelas empresas. Além disso, as políticas públicas que incentivem a modernização das empresas e a adaptação ao teletrabalho podem ajudar a criar um ambiente mais competitivo e produtivo no DF. Esses esforços são fundamentais para fortalecer o mercado de trabalho e promover o desenvolvimento econômico e social da região.
*Com informações do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF)
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