Campanha Cartão Vermelho para o Racismo caminha para atuar em nível nacional

A campanha

Campanha Cartão Vermelho para o Racismo caminha para atuar em nível nacional
Campanha Cartão Vermelho para o Racismo caminha para atuar em nível nacional

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto - 12/06/2025 08:03:51 | Foto: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Iniciativa da Secretaria de Justiça e Cidadania em parceria com a CBF ganha apoio do Conselho Nacional do Ministério Público, que vai difundir r a iniciativa pelo país.

Promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a campanha Cartão Vermelho para o Racismo deu um importante passo, na segunda-feira (9), rumo à nacionalização. Em reunião com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, apresentou o protocolo da campanha, que agora conta com a adesão institucional do conselho para sua expansão a outros estados.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani (C) com representantes da CBF e do CNMP: “Com a adesão do Ministério Público, damos um passo ainda mais firme para ampliar esse alcance e reafirmar nosso compromisso com o enfrentamento ao racismo em todas as esferas da sociedade” | Foto: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Lançada em 4 de maio durante o jogo válido pelo Campeonato Brasileiro entre Vasco e Palmeiras, na Arena BRB Mané Garrincha, a campanha tem como objetivo combater o racismo nos estádios e promover uma cultura de respeito e inclusão por meio do futebol. O encontro no CNMP também contou com a presença do subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Sejus-DF, Juvenal Araújo, e de membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que acompanham as ações desde o início da campanha.

Com a adesão do CNMP, o próximo passo será a formalização de um acordo de cooperação técnica entre a Sejus-DF e o conselho. A proposta, inclusive, já começa a sair do papel: o Ministério Público do Estado do Pará, representado na reunião pelo promotor de Justiça Eduardo Falesi, demonstrou interesse em implementar a campanha no estado, com previsão de estreia durante o clássico Remo x Paysandu, no dia 21 deste mês, em Belém. Na ocasião, o promotor também convidou Marcela Passamani para participar do evento.

Plataforma

Além da adesão à campanha, a reunião também foi fundamental para o alinhamento de uma nova frente de ação: o desenvolvimento de uma plataforma de letramento racial online, que permitirá a capacitação remota de membros do Ministério Público de todo o país — promotores, procuradores e servidores. O curso, já em desenvolvimento, busca fortalecer a compreensão sobre o racismo estrutural e orientar boas práticas institucionais no enfrentamento às desigualdades raciais.

A primeira turma de formação já tem data marcada: nesta sexta-feira (13), às 9h, uma equipe da secretaria ministrará o curso de letramento racial para um grupo de promotores e servidores do MPDFT. A proposta é que a capacitação seja, posteriormente, estendida a todos os atores que atuam no ambiente do futebol — dentro e fora dos campos.

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“A campanha Cartão Vermelho para o Racismo é um instrumento poderoso de transformação social”, afirmou Marcela Passamani. “Por meio da parceria com a CBF, conseguimos levar essa mensagem de respeito e igualdade a milhões de brasileiros. Com a adesão do Ministério Público, damos um passo ainda mais firme para ampliar esse alcance e reafirmar nosso compromisso com o enfrentamento ao racismo em todas as esferas da sociedade.”

Receptividade

O subsecretário Juvenal Araújo destacou o acolhimento positivo da proposta pelos membros do CNMP. “A iniciativa foi muito bem-recebida, e já há um compromisso de firmar um acordo de cooperação. A ideia é que o sistema de Justiça seja a mola propulsora para levar a campanha para todos os estados, ampliando a atuação antirracista por meio de uma rede institucional forte e engajada”.

O presidente da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública do CNMP, Jaime de Cassio Miranda, reforçou a importância do envolvimento do Ministério Público: “O CNMP já atua em diversas frentes na defesa dos direitos fundamentais, como os das vítimas, das mulheres e da infância. Aderir a essa campanha contra o racismo nos estádios é uma extensão natural dessa missão. Esperamos que, por meio da atuação capilarizada do MP, essa mensagem de tolerância e respeito seja levada ao país inteiro”.

A campanha

O Cartão Vermelho para o Racismo faz parte da Política Distrital de Prevenção e Combate ao Racismo nos Estádios, instituída pela Lei Vinícius Júnior (lei nº 22.084/2024), sancionada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A ação já esteve presente em três jogos promovidos pela CBF na Arena BRB Mané Garrincha, com o apoio da Federação Brasiliense de Futebol (FBF) e do MPDFT. Os jogos foram marcados por gestos simbólicos contra o racismo, como a exibição coletiva de cartões vermelhos pelo público e faixas em campo com mensagens antidiscriminatórias.

Além da estreia no jogo entre Vasco e Palmeiras (4/5), a campanha também foi levada às partidas entre Aparecidense e Fluminense (11/5) e Capital e Botafogo (17/5), ampliando sua visibilidade e engajamento junto ao público e aos atletas. Com a adesão do CNMP e o compromisso de levar a iniciativa a outros estados, o movimento ganha força para se tornar uma política nacional de enfrentamento ao racismo no esporte, reafirmando o futebol como ferramenta de inclusão, respeito e transformação social.

* Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania

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