OMT registrou 1,1 bilhão de turistas que fizeram viagens internacionais até finais de setembro; Oriente Médio atinge recorde de crescimento com 29% em comparação ao desempenho de 2019; Portugal está entre os destinos onde receitas subiram chegando a 51%.

Cerca de 1,1 bilhão de turistas fizeram viagens internacionais nos primeiros nove meses de 2024, segundo a Organização Mundial do Turismo, OMT.

No Barômetro Mundial do Turismo, a agência destaca uma recuperação global do setor na ordem de 98% em relação aos níveis anteriores à pandemia.

Recuperação total da maior crise da história

A publicação apresentada nesta quarta-feira em Madrid indica que até o final do ano deverá ocorrer “uma recuperação total da maior crise da história” sofrida no setor, apesar dos desafios econômicos, geopolíticos e climáticos.

Entre janeiro e setembro deste ano, a maioria das regiões já tinha ultrapassado os números de chegadas.

© Unsplash/Omar Eagle

Maioria dos destinos com dados já disponíveis sobre receitas aponta para um crescimento de dois dígitos em comparação a 2019

Um dos principais fatores para esse desempenho foi a alta demanda pós-pandemia na Europa e a “performance robusta” de grandes mercados de origem de turistas, bem como a recuperação contínua de destinos na Ásia e no Pacífico.

A OMT ressalta melhora na conectividade aérea e a facilitação de vistos também apoiaram a subida de viagens internacionais.

Receitas de turismo internacional

O relatório também sublinha “resultados excelentes” em termos de receitas de turismo internacional. A maioria dos destinos com dados já disponíveis aponta para um crescimento de dois dígitos em comparação a 2019.

Passados quatro anos após a paralização ditada pelo início do surto da Covid-19, o barômetro reflete uma recuperação notável que para o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, é uma excelente notícia para as economias mundiais.

Com a subida dos gastos dos visitantes em relação às chegadas observa-se um “impacto direto em milhões de empregos e pequenas empresas e contribui decisivamente para o balanço de pagamentos e receitas fiscais de muitas economias.”

Desempenho do turismo por região

Em relação ao aumento de chegadas de turistas internacionais nos primeiros nove meses de 2024 destaca-se um recorde registrado no Oriente Médio com mais 29% em comparação a 2019.

Unsplash/Oleg Illarionov

No aumento de chegadas de turistas internacionais nos primeiros nove meses de 2024 destaca-se um recorde registrado no Oriente Médio

Na Europa, a alta foi de 1% e na África de 6% acima do desempenho de 2019. As Américas recuperaram 97% das chegadas em relação ao período pré-pandemia.

A Ásia e o Pacífico atingiram 85% dos níveis de 2019 em comparação com uma recuperação de 66% em 2023. Na Ásia e Pacífico houve uma recuperação gradual, embora desigual, verificada nas chegadas desde que a região reabriu para viagens internacionais no ano passado.

111 destinos ultrapassaram os números de chegadas

Com a forte temporada de verão no Hemisfério Norte, as chegadas em todo o mundo atingiram 99% dos valores pré-pandêmicos no terceiro trimestre de 2024. Um total de 60 dos 111 destinos ultrapassaram os números de chegadas do período anterior à Covid-19 nos primeiros oito a nove meses de 2024.

Na performance em chegadas de visitantes durante o período analisado destacam-se o Catar com mais141%, a Albânia com mais de 77% e a Arábia Saudita com acima de 61%.

Numa análise de 35 dos 43 países com dados disponíveis sobre receitas estes “excederam os valores anteriores à pandemia nos primeiros oito a nove meses de 2024”. Muitos deles relatando crescimento de dois dígitos em comparação a 2019, bem acima da inflação na maioria dos casos.

Portugal, com mais de 51%, está entre os mercados com mais ganhos da lista liderada pela Sérvia com mais de 99%. A seguir estão o Paquistão com 64% e a Romênia superando 61%.

Neste ano, espera-se que as chegadas de turistas internacionais atinjam os patamares de 2019. Esse desempenho deve ocorrer na sequência de um aumento de receitas do turismo internacional para os níveis pré-pandêmicos observado em 2023.

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