Portugal defende Pacto para o Futuro dizendo que desafios climáticos não conhecem fronteiras

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal discursa na Cúpula do Futuro

Portugal defende Pacto para o Futuro dizendo que desafios climáticos não conhecem fronteiras
Portugal defende Pacto para o Futuro dizendo que desafios climáticos não conhecem fronteiras

Foto: ONU/Loey Felipe

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal discursa na Cúpula do Futuro

Agência Onu News Brasil - 25/09/2024 15:29:17 | Foto: ONU/Loey Felipe

O ministro de Negócios Estrangeiros representou o país na Cúpula do Futuro mencionando os “fogos indomáveis” que assolam o território português; chefe da diplomacia portuguesa ressaltou a importância de reconstruir a confiança no sistema multilateral e disse que Portugal escolhe o caminho da ação coletiva.

Nesta segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, discursou na Cúpula do Futuro destacando “os terríveis incêndios que assolaram o país” nos últimos dias.

Ele afirmou que esse foi o motivo da ausência do primeiro-ministro de Portugal, Luis Montenegro, que estava previsto para comparecer ao evento. Rangel destacou a crise climática como um “tema fundamental” para o futuro do mundo e das nações.

“Fogos indomáveis”

“Estes fogos indomáveis estão ligados às alterações climáticas, ao desenvolvimento sustentável, ao planeamento da floresta e das cidades. Esta agenda mostra bem a razão do secretário-geral das Nações Unidas quando apresentou a Nossa Agenda Comum e lançou um processo ambicioso o de reconstruir a confiança num sistema multilateral eficaz, centrado nas Nações Unidas, alinhado com esta visão ambiciosa e ampla do multilateralismo mais eficaz. Portugal participou ativamente nas negociações do Pacto para o Futuro do Pacto Global Digital e da Declaração sobre as Gerações Futuras, numa expressão clara da nossa determinação em promover a paz, o desenvolvimento sustentável e o respeito pelos direitos humanos”.

O ministro citou ainda deslocados climáticos das ilhas do Pacífico e das Caraíbas, as secas na Etiópia e na Índia e os incêndios florestais em tantas outras partes do mundo. Segundo ele, os desafios de hoje “não conhecem fronteiras e merecem um Pacto para o Futuro”.

Rangel afirmou que Portugal escolhe “o caminho da ação coletiva, da interação, do multilateralismo, do diálogo, da paz”.

Governação dos mares

Dentre as contribuições do país, o chefe da diplomacia portuguesa listou a aposta no desenvolvimento de capacidade preventiva e prospectiva, “apoiando a boa governação do mundo, do mundo digital, do espaço exterior, promovendo a inovação, o uso responsável da ciência e a transformação digital”.

Rangel ressaltou que Portugal é um país “profundamente ligado ao mar” e por isso reconhece o “papel vital” dos oceanos na economia global e no combate às alterações climáticas.

Nesse sentido, ele sublinhou a importância da governação responsável dos mares, em parceria com os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, Sids, e tendo em vista a terceira Conferência dos Oceanos.

Reforma financeira e do Conselho de Segurança

O representante de Portugal disse ainda que o país está comprometido em reformar o sistema de governação global, incluindo a arquitetura financeira internacional. O representante mencionou que, enquanto país convidado pela presidência brasileira do G20, apoia o apelo à ação do bloco nesse tema.

Rangel mencionou como uma oportunidade a quarta Conferência Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento, cujo processo preparatório é presidido por Portugal e pelo Burundi.

Sobre os temas de paz e Segurança ele disse que não podem ser esquecidos aqueles os “que morrem em Gaza, na Ucrânia, no Sudão, nos conflitos do Sahel, na desigualdade e na violência de gênero ou nos impactos crescentes e terríveis das alterações climáticas”.

O ministro português lembrou que o país é candidato ao Conselho de Segurança para os anos de 2027 e 2028.

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