Ministério Público cobra explicações da Secretaria de Saúde do DF sobre possível ‘terceirização’ em serviços

Órgão do GDF quer transferir à gestão privada regulação assistencial ambulatorial e hospitalar

Ministério Público cobra explicações da Secretaria de Saúde do DF sobre possível ‘terceirização’ em serviços
Ministério Público cobra explicações da Secretaria de Saúde do DF sobre possível ‘terceirização’ em serviços

Foto: Secretaria de Saúde tem cinco dias para informar se existem estudos técnicos voltados para transferir a atividade para a gestão privada - Foto: Reprodução/Agência Brasília

Órgão do GDF quer transferir à gestão privada regulação assistencial ambulatorial e hospitalar

Brasil De Fato | Brasília (df)  - 01/02/2025 17:50:46 | Foto: Secretaria de Saúde tem cinco dias para informar se existem estudos técnicos voltados para transferir a atividade para a gestão privada - Foto: Reprodução/Agência Brasília

O Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT) oficiou a Secretaria de Saúde (SES) solicitando informações sobre a existência de estudo técnicos com objetivo de transferir para a gestão privada a atividade de regulação assistencial, atualmente realizada pelo Complexo Regulador do Distrito Federal (CRDF). O ofício foi enviado pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), que deu a pasta cinco dias para se manifestar.

O CRDF coordena o acesso aos serviços de saúde ambulatorial e hospitalar oferecidos pela SES, além do Samu, que atende casos móveis de urgência, e a central distrital de transplantes. O objetivo principal é garantir prioridade aos pacientes mais necessitados. Segundo a Prosus, a gestão administrativa do acesso dos usuários aos serviços públicos de saúde é competência da autoridade sanitária, e não de terceiros.

No ofício enviado na última terça-feira (29) pelo promotor de Justiça Marcelo Barenco, é informado que a autoridade sanitária deve tomar as medidas administrativas aptas a viabilizar o acesso dos usuários aos serviços públicos de saúde.

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“Nosso sistema legal e constitucional não admite a 'terceirização' de serviços indelegáveis que devem ser realizados, de forma privativa, pelo próprio Poder Público, como é o caso das atividades de regulação, planejamento, fiscalização e controle do acesso ao serviço de saúde”, diz o promotor no documento.

Ainda é destacado que, segundo a Política Nacional de Regulação (PNR), a regulação assistencial “tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do SUS”, além de garantir o direito à saúde de forma integral e, principalmente, justo.

A Prosus também cobra medidas para aprimorar o funcionamento do CRDF, incluindo a adequação das estruturas físicas e de recursos humanos, de modo a fortalecer o sistema e evitar interferências externas na atividade.

Procurada pelo Brasil de Fato DF, a SES informou que "não existem tratativas, dentro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, sobre esse assunto."

Terceirizações na SES-DF

Para 2025, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou duas propostas de privatizações na Saúde. Além da abertura de consulta pública para um projeto de concessão da rede de diagnóstico de imagens para a iniciativa privada, a Secretária de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a pasta também informou que vai privatizar a contratação de serviços de pediatria na rede pública de saúde do DF.

O aviso de abertura foi publicado no Diário Oficial do DF (DODF), na última terça-feira (7), estabelece que a contratação de empresas especializadas será feita sem licitação para a pediatria da rede pública. Os profissionais atuarão em regime de plantão e serão distribuídos para vários hospitais da rede pública. O valor estimado da contratação é de R$ 17,4 milhões.

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A contratação ainda será feita em modalidade de pessoa jurídica. Segundo a gestora, há uma “uma escassez de mão de obra de médico pediatra, que optam por contratação direta ao invés de incubação por concurso público".

Já na rede de diagnóstico por imagens, a Secretaria de Projetos Especiais divulgou que haverá uma consulta pública, aberta até o dia 10 de fevereiro, e uma audiência pública, que será realizada no dia 3 de fevereiro, às 15h, para discutir o tema com a população. A informação foi publicada no DODF, do dia 24 de dezembro de 2024.

Na prática, o projeto prevê a concessão, por um prazo de 20 anos, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), da gestão e operação de serviços de apoio ao diagnóstico por imagem da SES-DF. Isso significa que serviços públicos que realizam exames de radiologia convencional, mamografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e ultrassonografia serão privatizados.

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Edição: Flávia Quirino

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