Luta pela independência econômica das mulheres está acima de interesses partidários, diz Portugal 

Um dos um dos desafios de Portugal é tentar perceber as causas das diferenças sociais que afetam principalmente as mulheres

Luta pela independência econômica das mulheres está acima de interesses partidários, diz Portugal 
Luta pela independência econômica das mulheres está acima de interesses partidários, diz Portugal 

Agência Onu News Brasil - 13/03/2024 07:53:20 | Foto: ONU News

Líder da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Gênero do país diz que esforços continuarão, mesmo com uma alteração governativa; autoridades tentam compreender melhor causas de diferenças sociais que afetam principalmente as mulheres.

A presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Gênero de Portugal, Sandra Ribeiro, participa em Nova Iorque na 68ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW.

Em declarações à ONU News, a representante disse que o foco do seu país no evento inclui abordar situações de impacto nas realidades local, nacional e global. Ribeiro participará em encontro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, a ser realizado à margem da reunião global.

Governos e sociedade civil

“A grande mensagem de Portugal para este evento é que é muito importante continuar a ter uma CSW que junta o mundo inteiro em volta de algo que não é um sonho, que é algo muito palpável e que pode acontecer assim. Efetivamente, que todos os governos e a sociedade civil consigam, cada vez mais, trabalhar em conjunto e fazermos igualdade de gênero acontecer. É uma transformação que está ao nosso alcance, e vamos, com certeza, fazê-lo.”

Enquanto são publicadas as apurações das eleições legislativas realizadas neste domingo em Portugal, a representante disse que o tema da igualdade ultrapassa as ideologias de partidos.

“Do ponto de vista daquilo que têm sido as políticas públicas, as políticas seguidas nos últimos anos por Portugal, muito vincadamente e de forma muito assertiva na promoção da igualdade entre homens e mulheres, na promoção da igualdade e da não discriminação, eu creio que nada irá alterar-se. Portanto, este caminho de luta pela independência econômica das mulheres e pela igualdade, creio que é suprapartidária e, portanto, independentemente de uma alteração governativa que naturalmente irá acontecer, creio que de fundo, e quero acreditar muito nisso, nada irá acontecer.”

No entanto, um dos desafios do país é tentar perceber as causas das diferenças sociais que afetam principalmente as mulheres. Em uma realidade em que a média de salários é mais baixa para o grupo, a representante destacou que o desequilíbrio no rendimento é um fator que se reflete na previdência social.

Mercado de trabalho

“É preciso mais investimento. Que esse investimento seja sustentável e que seja algo que não possa mudar rapidamente. Tem que ser um financiamento sustentável e robusto e, por vezes, isso nem sempre acontece. De qualquer forma, Portugal tem dado passos muito importantes, porque é fácil perceber que há diferenças salariais entre homens e mulheres que estão no mercado de trabalho, mas também há uma diferença salarial, e aí já vou ao nível das pensões, das pessoas que já não estão no mercado de trabalho que já passaram a fase de reforma.”

A representante destacou que na realidade portuguesa o fenômeno é conhecido como segregação profissional.

Portugal pretende partilhar com o mundo estes aspectos da estratégia nacional de igualdade

Miriam Freeland

Sandra Ribeiro falou ainda da busca interna de equilíbrio na divisão de tarefas tipicamente femininas: as domésticas e as do cuidado não remunerado. As mulheres têm presença mais elevada em áreas sem remuneração ou onde os ganhos são mais baixos, como na educação.

Capacitação, formação e informação

Portugal pretende partilhar com o mundo estes aspectos da estratégia nacional de igualdade e não discriminação até 2030. Em paralelo à reunião, o Brasil acolhe uma sessão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que reunirá ministros.

A representante portuguesa disse que estas questões deveriam fazer parte do currículo escolar português desde os primeiros anos de idade, passando pelos níveis pré-primário, elementar e estar presente em todos os níveis de educação.

Para a presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Gênero de Portugal haveria benefícios em implementar uma “capacitação, formação e informação do pessoal docente para poder ativamente estar livre de preconceitos”.

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