Mais oportunidades.
Thaís Umbelino, Da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger - 01/08/2025 20:19:44 | Foto: Thaís Mallon
Mais de R$ 10,6 milhões foram investidos em 44 iniciativas contempladas por cotas raciais.
A Lei Paulo Gustavo (LPG) tem se consolidado como um importante instrumento para ampliar o acesso à cultura no Distrito Federal, com ações afirmativas concretas — entre elas, a destinação de recursos por meio de cotas para pessoas negras. Do total de R$ 48 milhões empenhados no DF, mais de R$ 10,6 milhões foram destinados a 44 projetos contemplados por essas cotas.
A gestão dos recursos e a execução dos projetos aprovados é coordenada pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), organização da sociedade civil (OSC) parceira da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) . A distribuição dos investimentos segue o plano de ação construído com ampla participação do setor cultural e da sociedade civil.
“Os recursos da LPG vêm do governo federal e são repassados para estados e municípios com base em critérios técnicos e populacionais. Aqui no DF, essa verba foi organizada principalmente em três frentes: o edital de Audiovisual, o de Demais Segmentos Culturais e um edital específico de premiação”, explica João Santoro, coordenador de monitoramento da LPG no DF.
Ao todo foram selecionados 240 projetos por meio de editais, além de diversas iniciativas premiadas. “Os editais tinham critérios bem definidos, como coerência com a proposta da linha de apoio, impacto cultural e social, viabilidade técnica e financeira, ações de acessibilidade e contrapartidas. Também houve cotas para garantir diversidade e representatividade, o que foi um diferencial superimportante”, destaca.
Mais oportunidades
Símbolo da luta da classe artística durante a pandemia de covid-19 — período em que o setor foi duramente afetado —, a LPG também presta homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu em decorrência da doença. A lei trouxe uma nova dinâmica para a política cultural no DF. “Antes, o acesso era muito concentrado, mas agora a gente vê projetos vindos da Estrutural, do Sol Nascente, do Paranoá, de comunidades indígenas, de terreiros, de grupos LGBTQIA+. É uma cultura mais viva, mais diversa, mais conectada com a realidade do DF”, observa Santoro.
Um dos beneficiados pela LPG, o frupo Embaraça está construindo um espetáculo inédito, com diversas apresentações pelo DF, além de realizar o seminário "Dramaturgia e Teatro Negro", em comemoração aos dez anos de existência.
A proponente Tuanny Pereira de Araújo afirma que o apoio da LPG foi fundamental para viabilizar o projeto, que une formação, difusão e pesquisa sobre o teatro negro. “Fomentar projetos liderados por mulheres negras garante que a pluralidade do teatro seja uma realidade. Os recursos são distribuídos de forma mais equânime, permitindo que excelentes profissionais sejam reconhecidos e ampliem suas práticas artísticas”, pontua.
O grupo Embaraça surgiu em 2012 na Universidade de Brasília, idealizado por Tuanny e Fernanda Jacob. “Nosso objetivo é mergulhar nas histórias de uma coletividade pouco representada nos palcos”, resume Tuanny. Ela destaca que o próximo passo é fazer o grupo circular fora do DF: “Queremos difundir nosso trabalho para além de Brasília e fortalecer a cena negra local. Esse é o nosso maior desejo”.
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