História de Nossa Senhora Achiropita tem origem cercada de lendas na Itália

Festa da Achiropita começa mais cedo para melhorar filas no Bexiga.

História de Nossa Senhora Achiropita tem origem cercada de lendas na Itália
História de Nossa Senhora Achiropita tem origem cercada de lendas na Itália

Vicente Vilardaga, São Paulo, Sp (folhapress) - 01/08/2025 10:45:25 | Foto: Facebook da Paróquia N S Achiropita

Existem duas igrejas da Nossa Senhora Achiropita no mundo. Uma no Bexiga, na região central de São Paulo, e a outra na Itália, em Rossano, na região da Calábria. O santuário paulista realiza uma festa em homenagem à santa todos os fins de semana do mês de agosto, desde 1909. A próxima começa no sábado, dia 2.

A história da Achiropita é cercada de lendas. Conta-se que no ano 580 um capitão estava em alto mar, no Mediterrâneo, e seu barco ameaçava ir a pique. Diante do infortúnio, ele pediu que Nossa Senhora salvasse a ele e a sua tripulação, o que acabou atendido.

Quando chegou em Rossano, que ainda era uma aldeia, um monge chamado Éfren lhe disse que não haviam sido os ventos que levaram o barco para a terra, mas as preces para Nossa Senhora, e pediu ao capitão que construísse um santuário em homenagem a ela. Isso foi feito.

Também foi realizada uma pintura da santa na parede que toda noite, misteriosamente, se apagava e tinha que ser refeita. Um dia, uma mulher com uma criança pediu para entrar na igreja e não saiu. Quando um vigilante foi verificar o que tinha acontecido viu que a imagem da mulher com o menino estava impressa na parede. Daí vem o nome Achiropita, que significa "não criado por mãos humanas".

A devoção à santa foi trazida para São Paulo pelos calabreses que se instalaram no Bixiga e trouxeram uma imagem da Achiropita feita na Itália em 1904, que ficava na casa dos imigrantes. Cinco anos depois, os italianos começaram a fazer festas de rua para arrecadar fundos para construir uma capela na rua 13 de Maio, que depois virou uma igreja.

A festa está na sua 99ª edição porque houve várias interrupções em seu caminho. Aconteceram duas guerras, a revolução de 1932 e a ditadura de Getúlio Vargas, quando os italianos não podiam se reunir. Nestes intervalos, o evento parou de ser realizado.

A festa serve para manter obras sociais que alcançam 1.100 pessoas diariamente, sendo 218 crianças de até 6 anos, 350 adolescentes de até 17 anos, 120 pessoas da terceira idade e mais de 300 moradores de rua. Não é só uma obra para distribuir alimento, mas para o desenvolvimento dos indivíduos. Há cursos profissionalizantes, alfabetização de adultos e recuperação de dependência química.

"Tudo isso é bancado pela festa, que tem patrocinadores e colaboradores", diz Maria Emília Conte, relações públicas da Achiropita. "Toda a estrutura é feita por nós mesmos, com trabalho social voluntário. Além disso temos cem funcionários registrados e o apoio da prefeitura."
A obra social foi iniciada por São Luís Orione, da ordem da Pequena Obra da Divina Providência, canonizado em 2004 pelo papa João Paulo 2. A primeira vez que o santo veio ao Brasil foi em 1921, quando só havia uma capela no Bixiga. Depois voltou em 1937, e a igreja já tinha sido erguida. Maria Emília diz que a obra segue o carisma dele: "Fazer o bem sempre, fazer o bem a todos, o mal nunca a ninguém", dizia.

A principal atração da festa é a fogaça, um pastel recheado. Segue a receita das mães italianas antigas e leva duas toneladas de farinha por dia. É montada e frita. Duzentas pessoas trabalham para fazer a iguaria, todas voluntárias. São feitas cerca de 10 mil por dia. Outro evento é a procissão do dia 17, às 15h, seguida da celebração de uma missa.

Festa da Achiropita começa mais cedo para melhorar filas no Bexiga

ISABELA BERNARDES, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A tradicional Festa de Nossa Senhora Achiropita chega à 99ª edição em 2025. O evento será realizado todos os sábados e domingos, de 2 a 31 de agosto, sempre a partir das 17h, nas ruas Treze de Maio, São Vicente e Doutor Luiz Barreto, no Bexiga, região central de São Paulo.

Com cerca de 35 barracas, a festa reúne pratos clássicos da culinária italiana, com preços que variam de R$ 5 a R$ 35. Há fogaça (massa frita recheada), fricazza (pizza com massa alta), polenta, antepastos, pimentão recheado, berinjela ao forno, pizza, macarrão, churrasco, calabresa e o clássico lanche paulistano de mortadela.

Os doces (todos R$ 15) incluem quindim, tiramissu, torta de morango, bomba de chocolate e a baratinha -morango coberto por brigadeiro e chocolate. Há também barracas de bebidas, brinquedos infantis como pula-pula -com tíquetes saindo por R$ 12.

A festa tem ainda um ambiente reservado (a partir de R$ 100 por pessoa), a cantina. Aos sábados, ela abre das 19h à 0h, com o mesão de comidas servido entre 19h45 e 23h30. Aos domingos, o funcionamento vai das 18h às 22h.

O público assiste a apresentações de dança e música ao vivo, com a banda Felice Itália e Os Três Tenores Brasileiros. O cardápio traz pratos como espaguete, sardela (um tipo de antepasto feito com sardinha), pimentão assado, polenta, fogaça e outros pratos preparados pelas 200 voluntárias do evento, chamadas de mamas.

A parte religiosa da festa inclui novena, um conjunto de orações, de 6 a 14 de agosto, sempre às 19h30. A missa acontece no dia 15, e a procissão com imagem da santa será no dia 17, às 15h, seguida por missa às 17h. Durante todo o período, há bênçãos de hora em hora na igreja.

A organização recomenda chegar cedo para evitar filas, principalmente para a fogaça, prato mais disputado do evento. Neste ano, o horário de início foi antecipado em uma hora para facilitar a venda dos tíquetes. A partir de 19h, as ruas começam a ficar mais cheias.

Os convites para a cantina podem ser adquiridos pelo aplicativo ou pelo site da Zig. Para quem tiver dificuldades com a compra digital, há um plantão presencial na secretaria da paróquia às quartas-feiras a partir das 20h.

Devido ao grande fluxo de pessoas nas ruas no entorno da igreja, é recomendado desembarcar de carros de aplicativo ou transporte público nas avenidas Brigadeiro Luís Antônio e 9 de Julho -ambas com cerca de 500 m de caminhada até as barracas.

FESTA DE NOSSA SENHORA ACHIROPITA 2025
Quando De 2 a 31/8. Sáb., das 17h às 23h. Dom., das 17h às 22h
Onde Ruas Treze de Maio, São Vicente e Dr. Luiz Barreto, Bela Vista, região central
Preço Ingr.: a partir R$ 100 em zig.tickets
Link: https://zig.tickets/eventos?search=99%C2%AA%20FESTA%20DE%20NOSSA%20SENHORA%20ACHIROPITA

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