“Há milhares de trabalhadoras domésticas sem emprego”

Em 2020, a ONU Mulheres Brasil aportou recursos na para a Fenatrad, colaborando para a resposta da organizaçãono enfrentamento das crises sanitária e econômica causadas pela Covid-19

“Há milhares de trabalhadoras domésticas sem emprego”
“Há milhares de trabalhadoras domésticas sem emprego”

Onu Mulheres - 02/05/2021 07:29:05 | Foto: Pixabay

“Há milhares de trabalhadoras domésticas sem emprego. Não temos perspectivas de reabrir os postos de trabalhos”, diz Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas

Em 2020, a ONU Mulheres Brasil aportou recursos na para a Fenatrad, colaborando para a resposta da organizaçãono enfrentamento das crises sanitária e econômica causadas pela Covid-19

O Brasil é o país com o maior número de trabalhadoras domésticas do mundo. No início de 2020, existiamaproximadamente 6 milhões de pessoas na categoria, sendo que este número diminuiu em quase 2 milhões, visto que muitas perderam seus postos de serviço por causa da pandemia COVID-19. Elas estão entre as categoriasprofissionais mais afetadas e impactadas com a crise sanitária, que acentuou as desigualdades e as más condiçõesde trabalho no país.

Em 2020, a ONU Mulheres Brasil aportou recursos para a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas(FENATRAD), colaborando para a resposta da entidade no enfrentamento das crises sanitária e econômica causadaspela pandemia Covid-19 com as perdas dos postos de serviços por essas profissionais, por meio de momentosformativos dos sindicatos e líderes de sindicatos. Há mais de uma década, a ONU Mulheres atua em parceria com a Fenatrad para fortalecer a defesa dos direitos trabalhistas da categoria e promover o diálogo com a sociedade sobretrabalho decente, a exemplo da Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em entrevista à ONU Mulheres, a presidenta da Fenatrad, Luiza Batista, afirma que a organização buscou apoiar as trabalhadoras domésticas que estavam desamparadas e desempregadas por conta da pandemia por meio de distribuição de cestas básicas. “Há milhares de trabalhadoras domésticas sem emprego. Não temos perspectivas de reabrir os postos de trabalhos. Apoiar a trabalhadora doméstica ou qualquer pessoa que precise neste momento é considerado ajuda humanitária. A fome não espera. Se você não se alimenta, você não fica nutrida, adoece e ficacom a imunidade baixa, mais vulnerável ao vírus. Neste momento, a ajuda urgente é com alimentos e, se possível, acompanhado com a abertura dos postos de trabalho”, ressaltou a presidenta da Fenatrad.

Desde 2016, Luiza Batista preside a Fenatrad, organização que representa uma das categorias profissionais maisnumerosas no Brasil. Filha de mãe e pais agricultores, Luiza é natural da cidade de São Lourenço da Mata, antigaregião Zona da Mata Norte, no estado de Pernambuco. Começou como trabalhadora doméstica aos nove anos de idade por necessidade financeira, após a família ser expulsa das terras onde moravam pelo proprietário, um dono de um engenho no município de Chã de Alegria (PE). Hoje, aos 64 anos de idade, ela é considerada uma liderançanacional para a categoria e uma referência na luta pelos direitos das profissionais domésticas.

Geração Igualdade – “Nossa relação com a Fenatrad, se insere no contexto do Fórum Geração Igualdade – um espaço para reflexão e discussão acerca das conquistas e desafios que ainda enfrentamos para a igualdade de gênero. Nesse sentido, a problemática das trabalhadoras domésticas está no âmbito da Ação de Coalização por Justiça Econômica e Direitos, dado que estas são prejudicadas de diversas maneiras por desigualdades no sistemaeconômico”, explicou a representante da ONU Mulheres – Brasil, Anastasia Divinskaya.

A comunidade internacional, apoiadoras e apoiadores poderão colaborar com iniciativas para o fomento de debates e ações propositivas que promovam a construção de estratégias de curto, médio e longo prazo para abordar as vulnerabilidades enfrentadas por mulheres e meninas, em todo o mundo, buscando soluções para um mundo de igualdade. Nesse sentido, alia-se com a sociedade civil, principalmente, na parceria com a Fenatrad, e com autoridades locais, para promover ações de desenvolvimento de capacidades das instituições e pessoas emeducação econômica.

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10.06.2020 – Estudo revela aumento da situação vulnerabilidade das trabalhadoras domésticas durante a pandemia

03.04.2020 – Trabalhadoras domésticas fazem campanha por direitos durante a pandemia Covid-19 e articulam apoioda cooperação internacional

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