Desde anúncio da CPI da Covid, pelo menos 385 vídeos sumiram de canais bolsonaristas

Canais apoiadores de Jair Bolsonaro fizeram "limpa" entre 14 de abril e 6 de maio

Desde anúncio da CPI da Covid, pelo menos 385 vídeos sumiram de canais bolsonaristas
Desde anúncio da CPI da Covid, pelo menos 385 vídeos sumiram de canais bolsonaristas

Brasil De Fato | São Paulo (sp) - 11/05/2021 09:44:03 | Foto: Anderson Riedel/Fotos Públicas

Influenciadores defendiam o chamado "tratamento precoce" em publicações que vêm desaparecendo de seus canais

Um levantamento feito pela consultoria Novelo Data, a pedido do site Congresso em Foco, mostrou que 385 vídeos de 34 canais foram excluídos do YouTube desde que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid foi anunciada. De acordo com o levantamento, a "limpa" foi feita entre os dias 14 de abril e 6 de maio.

O comentarista Alexandre Garcia, por exemplo, ocultou 109 vídeos durante o período analisado pela pesquisa. Já a apresentadora Leda Nagle tirou 23 vídeos do ar durante o espaço de tempo.

Os canais apoiadores do bolsonarismo publicaram vídeos em que falavam sobre "tratamento precoce" contra a doença, tipo de ação que já foi contra indicada por médicos desde que a fake news começou a ser compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores.

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Os vídeos “Exija a HIDROXICLOROQUINA do seu médico" e "HIDROXICLOROQUINA está funcionando sim!" sumiram do canal de Alexandre Garcia em 18 de abril, por exemplo.

O levantamento mostrou também que o vídeo "Amanda Klein tenta deixar prefeitos em saia justa mas leva resposta à altura" foi deletado em 30 de abril pelo jornal Gazeta do Povo, do Paraná, e que a publicação "CPI já tem conclusões antes de começar", do canal Notícias Política BR também sumiu.

O canal do youtuber Gustavo Gayer desapareceu com o vídeo "Na Noruega, a vacina da Pfizer e mortes de idosos". Ele tem 353 mil inscritos e disse, no último sábado (8), que o canal será deletado. No entanto, ele acusou o YouTube de derrubar sua conta.

De acordo com o YouTube, a plataforma tem regras públicas sobre o tipo de conteúdo aceito e cabe aos criadores saberem a respeito delas e das consequências em não segui-las.

O YouTube afirma que busca agir rápido, caso descubra algo fora dos padrões. No entanto, a plataforma tem revisores e inteligência artificial para rastrear o conteúdo publicado em seus servidores. Sendo assim, 98% dos criadores que recebem um alerta sobre o conteúdo não cometem novas violações.

De acordo com a Novelo Data, não é possível apontar se os vídeos foram apagados ou apenas ocultados da plataforma.

Nesta segunda-feira (10), o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) repercutiu a notícia em suas redes sociais. Veja abaixo:

Edição: Vinícius Segalla

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