Decifrando o “pernambuquês”: o ChatGPT entende as gírias e jargões de Pernambuco?

Das expressões típicas no estado, pelo menos 43% geraram dúvidas na tecnologia

Decifrando o “pernambuquês”: o ChatGPT entende as gírias e jargões de Pernambuco?
Decifrando o “pernambuquês”: o ChatGPT entende as gírias e jargões de Pernambuco?

Redação Com Informações De Agência - 24/06/2023 19:12:02 | Foto: Redação com divulgação de agência

Pegou na mentira! Em sua pesquisa mais recente, a plataforma Preply identificou que o ChatGPT, a tecnologia queridinha do momento, está longe de decifrar a comunicação pernambucana tão bem assim. Isso porque, em um teste envolvendo 30 dos regionalismos mais populares do estado, pelo menos 13 das gírias foram descritas incorretamente pela ferramenta, que também atribuiu significados um tanto duvidosos para 43% das palavras.

De tão “paloso” que é, o ChatGPT definiu este termo popular entre recifenses como uma “interjeição para expressar surpresa, ênfase ou intensidade”. Ou seja, disse se tratar de uma palavra utilizada para enfatizar algo ou transmitir um sentido de grandeza e exagero quando, na verdade, a expressão descreve uma mentira ou enrolação.

Para aumentar ainda mais a “pala”, a ferramenta deu um exemplo de como se utiliza comumente o termo, citando as frases: "Tá calor pala!" e "Tô com fome pala!". Nada mais longe da realidade.

Outra gíria que não poderia ter sido descrita de forma mais equivocada foi “botar os bofes para fora”. Segundo a tecnologia, a palavra é sinônimo de desabafar. No sentido real, o desabafo só poderia ser com a privada ou qualquer lugar onde se pode vomitar.

Para amenizar a ofensa, a ferramenta disse que o famoso “xexero” era uma pessoa fofoqueira, quando na verdade é aquela que não paga as contas. Já o “bicado” é alguém chateado – e que não necessariamente bebeu todas – segundo ele. O “donzelo”, por sua vez, é aquele rapaz ingênuo, nada abestalhado… e o “paloso”, ao invés de mentiroso, é apenas uma pessoa chata. A maior surpresa, talvez, tenha sido a definição dada para “queijudo”. Ao invés de fresco, é aquele de nariz grande. Já pensou?

Algumas das respostas poderiam criar situações engraçadas e constrangedoras caso algum desavisado tentasse utilizá-las. O termo “dar o lavra”, por exemplo, foi definido como uma expressão para a ação de comer bastante ou de forma voraz. Imagine mandar alguém que está comendo em sua casa “dar o lavra” ? Quem entenderia quando, ao invés de comer, o convidado se levantasse e fosse embora?

Como o ChatGPT chegou nos significados das gírias?

A resposta para esta pergunta foi consultada na própria ferramenta, que disse ter sido treinada com uma grande quantidade de textos e dados de linguagem natural para entender diálogos e contextos.

Os dados que constroem o chat vêm de livros, artigos de notícias, páginas da web, mídias sociais e outras fontes. Isso a permite entender e reconhecer muitas palavras e frases comuns em diferentes contextos, incluindo gírias e expressões informais.

Quando alguém pergunta sobre o significado de uma gíria, o chat utiliza o conhecimento adquirido por meio do seu “treinamento” para responder. Em último caso, realiza uma nova pesquisa em fontes confiáveis como dicionários, enciclopédias e outras referências online.

A tecnologia criada pelo laboratório de pesquisa estadunidense OpenAI é semelhante a de assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, e o Google Assistent. Segundo o site da organização, seu desenvolvimento é pautado em redes neurais e machine learning com foco em diálogos virtuais.

No entanto, é importante ressaltar que, por ser uma inteligência artificial, o chat ainda comete erros, como revelou a pesquisa da Preply. “Embora eu possa entender muitas gírias e expressões informais, minha capacidade de processar linguagem natural é limitada em relação à de um ser humano. Isso significa que posso não entender totalmente certas nuances culturais importantes para interpretar adequadamente a gíria”, respondeu ele quando questionado sobre sua assertividade.

Para Yolanda Del Peso, especialista em Outreach da Preply, o estudo parece decifrar os dois tipos de gírias que suscitam imprecisões no ChatGPT: aqueles que requerem um contexto mais profundo ou as expressões derivadas de palavras formais do português, às quais a população acaba atribuindo novos sentidos no cotidiano. “Isso nos ajuda a pensar até onde a tecnologia é capaz de ir, bem como certas nuances da linguagem que ela ainda não alcança… e nem tão cedo será capaz de alcançar”.

Sobre a Preply

A Preply é uma plataforma online de aprendizagem que conecta milhões de professores nativos a alunos de todo o mundo. A empresa fundada em Kiev, na Ucrânia, e que conta com escritórios em Barcelona, Espanha, já alcançou mais de 140 mil professores que ensinam 50 idiomas em 203 países ao redor do planeta. A solução proporciona uma relevante e eficiente experiência de aprendizado a preços justos. Mensalmente, a Preply realiza pesquisas nas áreas de educação, mercado, estilo de vida e outros temas relevantes para o mundo globalizado.

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