Problemas respiratórios, oftalmológicos e nas articulações estão entre os principais casos, segundo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)
Por Luiza Cervenka De Assis - Estadão Conteúdo - 11/04/2021 09:26:04 | Foto: Reprodução Estadão
O outono já começou e é caracterizado por dias mais curtos, com temperaturas frias principalmente à noite e sensação de ar mais seco. Em vista disso, durante a estação, a procura por consultas veterinárias tendem a aumentar em 30%, sendo os casos mais comuns problemas respiratórios, oftálmicos e articulares.
Para cuidar da saúde do seu pet, veja algumas dicas de cuidados durante esta época:
Ressecamento e irritação da mucosa ocular são os registros mais comuns da estação. Faça sempre a limpeza dos olhos dos pets com água limpa ou solução fisiológica. É importante ficar atento a qualquer alteração para que o animal não venha a ter uma conjuntivite. A qualquer alteração na coloração da secreção do olho, levar imediatamente ao médico veterinário.
Os animais seniores ou acometidos por problemas osteoarticulares podem sentir maior sensibilidade ou desconforto no outono. Sintomas de doenças crônicas articulares, como a osteoartrose, podem surgir. Fique alerta em relação à dores nas articulações ou colunado seu pet. Caso perceba alguns desses sinais, procure o médico-veterinário.
A baixa umidade é comum nesta época o que aumenta a propagação de doenças respiratórias causadas por vírus ou bactérias. Em cães, a mais comum é a doença respiratória infecciosa canina (DRIC), popularmente conhecida como tosse dos canis ou gripe canina. É uma doença contagiosa e aguda, que afeta principalmente o trato respiratório superior dos animais. Seu contágio se dá pelo ar ou por contato direto com animais infectados. No caso de gatos, é a rinotraqueíte infecciosa, causada pelo vírus HFV-1, que acomete os gatos. Animais filhotes e idosos são os mais afetados acompanhados dos pets com focinhos mais curtos – como é o caso dos cães da raça Pug e dos gatos Persas. Os sintomas são semelhantes aos da gripe humana, como tosse, febre, coriza, espirros e falta de apetite, engasgos, principalmente à noite.
No caso da tosse dos canis, o principal agente é uma bactéria Bordetella bronchiseptica, adenovírus tipo 2, parainfluenca, segundo a médica-veterinária Emilene Prudente, Coordenadora Técnica de Animais de Companhia da Zoetis.
Para prevenir os cães dessa doença, existem três tipos de vacina: injetável, intranasal e acaba de chegar ao Brasil a oral. Cada uma tem sua especificidade e deve ser conversado com o médico veterinário qual deve ser aplicada a depender de cada caso.
Um animal bravo, por exemplo, talvez seja mais fácil oferecer a vacina oral. Mas se tiver dificuldade de engolir medicação, a injetável pode ser a mais indicada. Se necessitar de efeito mais rápido, o ideal pode ser a nasal.
Se o animal está em dia com a V10, por exemplo, já está protegido contra parainfluenca e adenovírus, porém, na maioria dos casos, a doença é causada pela bactéria bordetella. Os três tipos de vacina combatem essa bactéria.
Segundo Emilene, deve-se haver a conscientização do médico veterinário e do tutor para poder fazer a melhor escolha. “Dar opções para necessidade de cada animal é de extrema importância” aponta.
A vacina via oral é cômoda por ser uma dose única e de não receber picada. “Pode trazer uma maior sensação de bem-estar ao tutor. É semelhante ao Zé gotinha para as crianças”.
“É uma vacina mais que necessária para cães que frequentam pet shop, praça, creche, rua, etc.” explica Emilene.
A preocupação com a tosse dos canis deve acontecer o ano todo, não só no outono ou inverno. “O lançamento de uma vacina é importante para falar da saúde como um todo, sobre a importância da vacinação, de levar o animal ao médico veterinário e fazer check up” conta Emilene.
Para manter a imunidade alta, é necessário cuidar da alimentação e da hidratação. É importante oferecer alimentação de qualidade, rica em nutrientes, que ajude a mantê-los saudáveis. Nos dias frios, os animais tendem a diminuir a ingestão de água. Por isso, mantenha sempre água limpa e fresca à disposição e coloque mais potes de água pela casa. Ofereça alimentos com maior umidade, como é o caso de sachês e patês completos e balanceados, para aumentar ainda mais a ingestão hídrica dos pets.
O bem-estar e saúde dos pets é de nossa responsabilidade. A qualquer dúvida, busque o médico veterinário.
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