No texto, que foi capa da revista, ele escreveu um longo perfil do maior roedor do mundo.
Foto: Arquivo/Brasília Ambiental
No texto, que foi capa da revista, ele escreveu um longo perfil do maior roedor do mundo.
Anahi Martinho, São Paulo, Sp (folhapress) - 30/01/2025 08:18:55 | Foto: Arquivo/Brasília Ambiental
Apaixonado por capivaras, o escritor soviético-americano Gary Shteyngart, 52, publicou um ode ao animal na New Yorker deste mês.
No texto, que foi capa da revista, ele escreveu um longo perfil do maior roedor do mundo, que é brasileiro e vem conquistando hordas de fãs no mundo todo.
A capivara, também encontrada em outras regiões da América do Sul, virou quase um culto em redes sociais como o Tiktok e o Instagram, com fãs obcecados e empresários que viram oportunidade de lucro na fofura do animal.
Vídeos de capivaras em seu habitat natural, às margens de rios, são compartilhados com frequência nas redes. Os bichos são vistos carregando laranjas na cabeça, interagindo em seus grupos familiares e mergulhando -o que fazem com excelência.
No texto, Shteyngart conta que já visitou várias vezes um café em Tóquio onde se pode fazer carinho nas capivaras e alimentá-las com cenouras. Foi lá que se apaixonou por Pisuke, uma capivara macho de quase 90 kg.
"Depois de passar meia hora com Pisuke, me senti imerso em níveis tântricos de bem-estar. O tempo fluía diferente, minha visão era doce e o mundo ao meu redor, puro e pacífico. Comprei um sanduíche de geléia, outro de pasta de amendoim, apertei um no outro, sentei em um banco de praça e comi, e foi a coisa mais doce e gostosa que eu já havia comido, e todos os trabalhadores que passavam por mim eram meus irmãos e irmãs, e de repente, a maior cidade do mundo era apenas a margem de um rio amazônico, e estávamos vivendo nossas vidas como roedores gigantes que nunca fizeram mal a ninguém. Eu queria chorar", escreve Shteyngart.
Em outro trecho, ele conta que se apaixonou pela primeira vez por uma capivara solitária que vivia no zoológico de Nova York. "Algo nela me convidava à projeção. Seu corpo ridículo, literalmente um roedor gigante. Eu estava projetando meu passado de solidão, os muitos anos que passei na gaiola do amor não-recíproco. Finalmente, pensei, havia um ser com o corpo tão ridículo quanto o meu, e uma doçura que me deixou nostálgico de um passado de mim mesmo."
Gary Shteyngart é autor de "Absurdistão", "Fracassinho: Memórias" e "Uma História de Amor Real e Supertriste", todos lançados no Brasil pela editora Rocco, e "Lake Success", pela Todavia.
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