Câmara dos Deputados analisa projeto que prevê ações para enfrentamento do parto prematuro

Proposta, de iniciativa da ONG Prematuridade.com, foi aprovada em Comissão e segue em tramitação

Câmara dos Deputados analisa projeto que prevê ações para enfrentamento do parto prematuro
Câmara dos Deputados analisa projeto que prevê ações para enfrentamento do parto prematuro

Predicado Comunicação Empresarial - 07/07/2021 06:32:00 | Foto: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania Divulgação

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou, na última semana, projeto de lei que institui ações para o enfrentamento do parto prematuro e determina como prioridade do poder público a redução dos índices de mortalidade das crianças nascidas com menos de 37 semanas de gestação. A proposta nasceu de uma sugestão da ONG Prematuridade.com e, agora, tramita em caráter conclusivo, com análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), ao Projeto de Lei 10739/18, apresentado pela Frente Parlamentar Mista da Prematuridade, no Congresso Nacional, sob a liderança da deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), dos deputados Jerônimo Goergen (PP-RS), Dr. Sinval Malheiros (Pode-SP), e do ex-deputado Dr. Jorge Silva (ES), e ao PL 1468/19, apensado.

A propositura determina que durante o acompanhamento pré-natal, a equipe da rede de saúde deverá alertar as gestantes sobre os sinais e sintomas do trabalho de parto prematuro, além de identificar, tratar, referenciar e acompanhar as mulheres com fatores de risco de parto prematuro. Ainda de acordo com o texto, a gestante em trabalho de parto prematuro será encaminhada para unidade especializada segundo modelo de regionalização do cuidado perinatal.

As normas regulamentadoras estabelecerão os cuidados básicos a serem seguidos pelas unidades de saúde segundo a classificação de prematuridade, que incluirão o acompanhamento de profissional treinado em reanimação neonatal; o direito de os pais acompanharem os cuidados com o prematuro em tempo integral; o atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) especializada e equipe multidisciplinar qualificada; o acompanhamento psicológico dos pais durante a internação; a prioridade de atendimento pós-alta hospitalar; entre outras ações.

O projeto reforça também o fortalecimento de campanha sobre a questão, definindo o mês de novembro como “Novembro Roxo”, o dia 17 de novembro como “Dia Nacional da Prematuridade” e a semana que o contiver como a “Semana da Prematuridade”. A divulgação dos fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, pré-natal deficitário, gestação na adolescência ou muito tardia e o alto índice de cesáreas eletivas, pode diminuir o número de partos prematuros e o de mortes a eles associadas.

A deputada Carmen Zanotto lembra que a prematuridade é um grande problema de saúde pública no Brasil. “Além do risco de morte para a mãe e bebê, o nascimento prematuro deixa marcas psicológicas permanentes para as famílias e é a principal causadora de sequelas de saúde nos recém-nascidos, muitas vezes acarretando danos incapacitantes. Muitas famílias acabam abandonando seus empregos para se dedicarem aos filhos, que precisam de cuidados especiais quando têm alta hospitalar”, salienta.

A fundadora e diretora executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani, ressalta que a transformação da proposta em legislação é de extrema importância, diante da problemática que envolve a questão: a prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade, no mundo todo. O Brasil é o 10º país no ranking global de partos prematuros, os quais ocasionam 10 vezes mais óbitos de crianças do que o câncer. São 340 mil famílias passando pela experiência da prematuridade todo ano em território brasileiro, 12% do total de nascimentos. “A aprovação deste projeto é de extrema relevância, pois reforça as iniciativas pela prevenção ao parto prematuro e por melhores cuidados aos bebês prematuros e suas famílias. O Novembro Roxo e o dia 17 são datas oficiais nos calendários públicos de dezenas de países há mais de 10 anos. Precisamos nos juntar a esse movimento global e mostrar que o Brasil também está agindo para mudar o cenário da prematuridade", fala Denise.


Sobre a ONG Prematuridade.com


A Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, é a única organização sem fins lucrativos dedicada, em âmbito nacional, à prevenção da prematuridade, à educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas aos interesses das famílias de bebês prematuros.

A ONG é referência para ações voltadas à prematuridade e representa o Brasil em iniciativas e redes globais que visam o cuidado à saúde materna e neonatal. A organização desenvolve ações políticas e sociais, bem como projetos em parceria com a iniciativa privada, tais como campanhas de conscientização, ações beneficentes, capacitação de profissionais de saúde, colaboração em pesquisas, aconselhamento jurídico e acolhimento às famílias, entre outras.

Atualmente, são cerca de 5 mil famílias cadastradas, mais de 150 voluntários em 21 estados brasileiros e um Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/

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