O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou financiamento de R$ 690 milhões para a construção de dois parques de um complexo eólico no Rio Grande do Norte. O valor é destinado a uma subsidiária da empresa Casa dos Ventos, a TGR Subholding 1 S.A.

Os dois parques vão integrar o complexo eólico Serra do Tigre, nos municípios de Campo Redondo, Currais Novos, Lajes Pintadas e São Tomé.

Do crédito de R$ 690 milhões, a maior parte (R$ 500 milhões) é do Fundo Clima, gerido pelo banco. A parcela restante (R$ 190 milhões) é do programa BNDES Finem, voltado a iniciativas de geração e aumento da capacidade produtiva em diferentes setores da economia.

Segundo a instituição de fomento, o projeto financiado tem investimento total estimado em R$ 889,4 milhões.

Serra do Tigre abrange 12 parques, com capacidade total de 756 MW (megawatts). A implantação teve início no quarto trimestre de 2023, e a operação comercial plena está prevista para o começo de 2026.

O BNDES afirma que a construção do complexo deve gerar cerca de 3.500 empregos diretos e indiretos.

O financiamento contempla os parques Ventos de São Rafael 03 e 06, com capacidade instalada total de 121,5 MW, e o sistema de transmissão associado, composto por duas linhas de 114 km e 25 km de extensão cada, além de duas subestações coletoras.

Em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que o banco é o maior financiador de energia limpa do mundo, citando pesquisa da agência Bloomberg.

"O projeto aprovado para o complexo Serra do Tigre está em linha com a missão do banco de contribuir com a diversificação da matriz energética brasileira", afirmou.

Também em nota, o diretor financeiro da Casa dos Ventos, Ivan Hong, declarou que o empreendimento será um dos maiores do Brasil e "um incremento importante" para a matriz elétrica renovável.

O governo Lula (PT) defende uma atuação fortalecida do BNDES como financiador de investimentos em diferentes setores da economia. A posição é vista com ressalvas por uma ala de analistas que teme o inchaço do banco.

A direção da instituição já rebateu as críticas em diferentes ocasiões, dizendo que mira áreas estratégicas, como transição energética e inovação.