Marcha pelos Direitos da Mulher durante os 16 dias de ativismo na Colômbia
Agência Onu News Brasil - 08/03/2025 11:40:54 | Foto: ONU Mulheres Colombia
Dados reunidos pela ONU ressaltam que houve aumento de 50% na última década na quantidade de mulheres vivendo perto de conflitos armados; crise climática, polarização política e misoginia também são pontos de preocupação.
As múltiplas crises que assolam o mundo estão ameaçando avanços conquistados pelas mulheres nos últimos 30 anos, desde a Declaração de Pequim, considerada a a agenda mais abrangente e visionária de igualdade de gênero já aprovada em âmbito internacional.
No marco do 30º aniversário desta importante plataforma de ação, a ONU Mulheres afirma que guerras e outras formas de crise se intensificaram, com aumento de 50% na quantidade de mulheres vivendo em estreita proximidade com conflitos.
Além disso, a emergência climática continua crescendo, com 54% dos países afirmando que essa é uma barreira para o progresso.
A ONU Mulheres adiciona que a polarização política é outro fator preocupante que torna o risco de retrocessos em igualdade de gênero cada vez mais elevado.
O relatório Direitos das Mulheres em Revisão 30 Anos Depois de Pequim, publicado nesta quinta-feira, mostra que, em 2024, quase um quarto dos governos avaliados relatou retrocessos nos direitos das mulheres.
Isso inclui ameaças crescentes, níveis mais altos de discriminação, proteções legais mais fracas e menos financiamento para programas e instituições que apoiam e protegem as mulheres.
ONU Mulheres/Rossana Fraga
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O levantamento se baseia em informações fornecidas por 159 governos ao secretário-geral das Nações Unidas.
Em relação a progressos, o documento ressalta que a paridade foi alcançada na educação e a mortalidade materna caiu em um terço.
A representação das mulheres nos Parlamentos mais do que dobrou e os países continuam a remover leis discriminatórias, com 1.531 reformas legais entre 1995 e 2024 em 189 países e territórios.
Apesar dos avanços importantes, apenas 87 países já foram liderados por uma mulher. No ambiente digital, a inteligência artificial, IA, continua espalhando estereótipos prejudiciais.
Em relação à violência, uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por um parceiro ou membro de sua própria família.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que em vez de integrar a igualdade de direitos, “estamos vendo a integração da misoginia”.
Ele afirmou que o momento é de “permanecer firmes” para tornar os direitos humanos, a igualdade e o empoderamento “uma realidade para todas as mulheres e meninas, em todos os lugares".
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous afirmou que "desafios complexos impedem a igualdade de gênero” e adicionou que “a ambição e determinação” para gerar mudanças não podem esmorecer.
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Comentários para "Um em cada quatro governos relata retrocessos em direitos das mulheres em 2024":