Desemprego de jovens pode causar crise global até 2050, alerta Banco Mundial

Jovens participam do Global Citizen Festival no Central Park de Nova York. OIT informa que em 2023 havia 65 milhões de jovens desempregados

Desemprego de jovens pode causar crise global até 2050, alerta Banco Mundial
Desemprego de jovens pode causar crise global até 2050, alerta Banco Mundial

Foto: ONU/Daniel Getachew

Jovens participam do Global Citizen Festival no Central Park de Nova York. OIT informa que em 2023 havia 65 milhões de jovens desempregados

Agência Onu News Brasil - 28/10/2024 10:46:20 | Foto: ONU/Daniel Getachew

Mundo criará apenas 400 milhões de postos, o que representa um terço da quantidade necessária para atender à juventude pronta para ingressar no mercado; conselho sobre empregos é formado por presidente de Singapura e ex-presidente do Chile busca respostas.

Até 2050, países emergentes e em desenvolvimento terão 1,2 bilhão de jovens em idade produtiva. Um terço deste total estará na África Subsaariana.

Segundo o Banco Mundial, o maior desafio é encontrar postos de trabalho para todos. As previsões do Banco apontam para a criação de apenas 400 milhões de empregos deixando um déficit na geração de 800 milhões de vagas.

Falta de qualidade no ensino

Preocupado com o que considera uma crise anunciada, o órgão internacional formou um conselho de alto nível para estudar oportunidades. Convidou para conselheiros a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, e o atual presidente de Singapura, Tharman Shanmugaratnam.

Para o chefe de Estado singapurense, a falta de qualidade no ensino, em muitas partes do mundo, é um sério desafio.

Ele contou que em muitas partes do mundo, metade das crianças em idades escolar estão três anos atrasadas em comparação à sua série atual. Um aluno na 5ª. série não consegue ler um texto simples em sua língua materna ou ter as noções de aritmética que deveria ter.

Já a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, fala de desigualdade de gênero, e diz que o ingresso no mercado de trabalho se faz mais difícil para mulheres.

Jovens trabalhadoras embalam feijão em uma fazenda na Etiópia. Na África, muitos jovens optaram por se retirar completamente do mercado de trabalho

© OIT/Sven Torfinn

Jovens trabalhadoras embalam feijão em uma fazenda na Etiópia. Na África, muitos jovens optaram por se retirar completamente do mercado de trabalho

Disparidades

Segundo Bachelet, as mulheres são as que mais sofrem em casos de subempregos, empregos informais e desemprego. Para ela, existe claramente uma dimensão de gênero que impede o acesso de todos ao mercado de trabalho.

A ex-presidente do Chile cita ainda ações para melhorar as habilidades de pessoas que não têm o conhecimento necessário ou que não passaram por um sistema de educação de qualidade.

Para o Banco Mundial, a resposta está em formular ações que possam gerar os postos de trabalho e colocar todas as partes à mesma mesa.

Medidas a serem tomadas

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, diz que a instituição tem muito a contribuir para a solução ao entender o setor público, o setor privado e como as políticas públicas podem ser aplicadas para criar as respostas.

A discussão do Conselho de Alto Nível ocorreu às margens do Encontro Anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Washington. A mesa redonda foi apresentada a uma plateia formada por jovens e estudantes.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, informa que em 2023, havia 65 milhões de jovens desempregados. O total que não estava trabalhando nem estudando era de 20,4% e as mulheres tinham duas vezes mais chance de se encontrar nessa situação que os homens na mesma idade.

Até 2050, o Banco Mundial quer ajudar a criar empregos que levem dignidade e propósito para a juventude.

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