Pequeno grupo de indivíduos tem se especializado na arte da desinformação, promovendo um desserviço à população que mais precisa do poder público
Por João Zisman - 27/02/2025 22:28:44 | Foto: almanaquefuturo.com.br / João Zisman
Em qualquer sociedade democrática, o debate público e a fiscalização das ações governamentais são não apenas legítimos, mas essenciais. No entanto, há uma enorme diferença entre apontar problemas reais e fabricar crises inexistentes, entre cobrar soluções e espalhar o pânico, entre a crítica responsável e a sabotagem travestida de zelo pelo bem comum. Infelizmente, um pequeno grupo de indivíduos tem se especializado na arte da desinformação, promovendo um desserviço à população que mais precisa do poder público.
Esses agentes do caos, que se escondem sob o véu da suposta defesa dos interesses populares, trabalham incessantemente para distorcer fatos, especular sobre cenários catastróficos e alimentar a inquietação social com meias-verdades e mentiras inteiras. Criam tempestades em copos d’água, distorcem números, omitem informações cruciais e disseminam a ideia de que tudo está à beira do colapso, tudo isso sem qualquer compromisso com a realidade. O objetivo? Criar um ambiente de desconfiança e instabilidade que, em última análise, só atrapalha a busca por soluções concretas.
Uma de suas táticas mais perversas é a tentativa de passar a impressão de que as Administrações só se movem por conta de suas intervenções, como se apenas suas ações fossem capazes de fazer a máquina pública funcionar. Trata-se de uma demonstração de uma pequenez de espírito e de caráter próprios dos insignificantes, aqueles que não constroem nada, mas tentam colher louros sobre o esforço alheio. São os arautos da crítica vazia, sempre à espreita de qualquer oportunidade para reivindicar um mérito que nunca lhes pertenceu.
A tática é conhecida: transformar problemas pontuais em tragédias anunciadas, ignorar avanços evidentes, deslegitimar qualquer esforço da administração pública e, sobretudo, jamais oferecer uma única proposta viável. Se uma escola precisa de reformas, a narrativa construída não é a de que há um plano de manutenção e que ações estão sendo executadas, mas sim a de que a educação está abandonada. Se um serviço de saúde enfrenta desafios, em vez de reconhecer que há um esforço contínuo para melhorar a estrutura, o discurso é o de que há um colapso iminente. Essa postura irresponsável não é um exercício democrático, mas sim uma estratégia perversa para inflar a descrença e travar qualquer avanço.
O impacto desse tipo de conduta vai além do mero desgaste político. Ele gera ansiedade desnecessária, enfraquece a confiança da população nos serviços públicos e desmotiva os profissionais que se dedicam diariamente para fazer o sistema funcionar. Quem se beneficia desse ambiente de histeria? Certamente não é o cidadão que depende da saúde, da educação e da segurança pública. Pelo contrário, é ele quem sofre as consequências diretas da disseminação de falsas crises.
É importante frisar: a crítica responsável, baseada em fatos e movida pelo interesse genuíno na melhoria dos serviços públicos, é sempre bem-vinda. Mas quem age de forma deliberada para espalhar desinformação, sem qualquer compromisso com a verdade ou com o bem-estar coletivo, não presta um serviço à sociedade – pelo contrário, trabalha contra ela. É hora de dizer basta a essa irresponsabilidade. O que se precisa são soluções, não de profetas do caos.
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